Pacote europeu vai discutir perdão da dívida da Grécia
O Parlamento alemão aprovou nesta sexta-feira (17) a negociação do programa de resgate à Grécia, dando sinal verde para que a Europa discuta oficialmente um terceiro plano de ajuda aos gregos, que pode somar € 86 bilhões.
A expectativa é que as tratativas avancem até a primeira metade de agosto, mas um ponto é certo: os europeus terão de, ao menos, discutir um perdão da dívida grega.
"Essa questão certamente está de volta às discussões", afirmou Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia (braço executivo do bloco). "Este é um ponto em que o FMI insiste, e os líderes do euro chegaram a uma clara conclusão [na reunião que decidiu o pacote, no dia 13] de que o Fundo deve ser parte do terceiro programa."
Ele ressaltou, no entanto, que a Grécia já tem hoje algumas vantagens: o pagamento dos juros da dívida só começam em 2020, e o do principal, três anos depois.
O FMI exige alguma forma de perdão da dívida grega (como redução no valor devido ou prazo maior para pagamento) para participar das negociações. Para o Fundo, sem isso, a dívida vai disparar (hoje já é a de 177% do PIB, a mais alta da Europa) e o pacote não vai funcionar.
De acordo com Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo, o pacote será "indiscutivelmente" inviável se não houver um alívio por parte dos credores, além de reformas profundas na economia grega.
Um dos entraves para as negociações sobre o perdão está justamente na Alemanha, a maior economia da zona do euro. Para Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças, dar um prazo maior de pagamento é uma possibilidade, mas a redução do montante é impossível, já que, segundo ele, é ilegal pelas regras europeias.
O acordo fechado no início desta semana é vago sobre a possibilidade de perdão da dívida grega.
A Alemanha é um dos países que apoiam a presença do FMI no pacote de resgaste. Não só pelo dinheiro (o organismo entraria com € 16 bilhões), mas também pela sua função de supervisor da aplicação das medidas.
Parte dos credores considera que a Comissão Europeia não é suficientemente rigorosa nas suas avaliações.
VOTAÇÃO ALEMÃ
A aprovação das negociações no Bundestag (Câmara baixa alemã) foi tranquila, mas houve uma pequena rebelião entre os aliados da chanceler Angela Merkel.
Dos representantes, 439 apoiaram a proposta, 40 se abstiveram e 119 votaram contra –60 dos votos vêm do bloco conservador de Merkel.
A perda de apoio na base aliada ecoa a insatisfação popular sobre o envio de mais ajuda a Atenas. A Alemanha é o país da zona do euro que mais tem contribuído para os dois resgates anteriores da Grécia desde 2010.
Merkel defendeu as negociações. "Eu sei que muitos têm dúvidas e preocupações", afirmou. "Mas eu tenho convicção de uma coisa: nós estaríamos sendo extremamente negligentes, no longo prazo, até mesmo irresponsáveis, se ao menos não tentássemos essa estrada."
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