Levy nega que governo tenha jogado a toalha em relação ao superavit
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, descartou a tese de que o governo jogou a toalha com relação ao superavit da meta fiscal, reduzido nesta quarta (22) para 0,15% do PIB.
"Não jogamos a toalha, pelo contrário, vamos continuar a nossa política com vigor, mas realista. Ao ajustar a evolução das receitas, nosso objetivo é reduzir a incerteza na economia", disse o ministro, em entrevista para o programa da jornalista Miriam Leitão, na GloboNews.
Pedro Ladeira/Folhapress | ||
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy |
Levy destacou também que o ajuste na meta, que será analisado pelo Congresso Nacional, não quer dizer que o governo tem interesse de reduzir o esforço fiscal ou ainda uma possível mudança de estratégia.
Para o ministro, a preocupação e o trabalho feito até aqui ajudou no trabalho de lidar com a trajetória da dívida. "Paramos de piorar e começamos a melhorar", afirmou.
Ele lembrou ainda que o governo aumentou seu contingenciamento e não descartou novas medidas que reforcem o quadro fiscal. Ele deixou claro, ainda, que não há prazo final para o ajuste.
"É uma ilusão pensar que mudar a meta significa estar afrouxando ou que acabou o ajuste. A gente tem que reequilibrar a economia. Se a gente não conseguiu fazer no primeiro semestre, a gente vai continuar tomando medidas. Por isso digo que não é um afrouxamento."
CONGRESSO NACIONAL
Lembrando que o poder legislativo tem participação importante no processo fiscal, Levy disse que nem todos os parlamentares "pensam em economia o dia inteiro". "O cara tem a agenda A, um olha ecologia, outro olha necessidades de pessoas especiais, outro gosta de relacionamentos internacionais", afirmou.
Para Levy, essa mudança de situação e de rumos da economia "demora um pouco de tempo para as pessoas entenderem".
Ao ser questionado sobre a possibilidade de se sentir bombardeado pelas críticas que sofre, o ministro afirmou que há um entendimento dentro do governo de que é preciso "remar junto para chegar a um bom termo". Mas lembrou das dificuldades em acertar as medidas com o Congresso.
"Na democracia, é assim que funciona, a gente vive no regime da persuasão. Precisamos explicar, motivar e convencer as pessoas que o que estamos fazendo é difícil, mas que vai ter resultados", disse.
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