Ações chinesas têm dia de alta após intervenção do governo
Wu Wei/Xinhua | ||
Homem caminha em frente a escultura de touro em Pequim |
Após uma queda dramática de mais de 8% nas ações chinesas na segunda-feira, e novos valores negativos na terça, as Bolsas da China tiveram alta nesta quarta (29).
O índice de Xangai quebrou uma sequência de três dias de quedas, encerrando o pregão com alta de 3,5%, e o índice CSI300 das maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen saltou 3,1%.
A alta vem após o regulador do mercado de capitais do país anunciar investigações em incidentes de "dumping" de ações e prometer comprar papéis para acalmar o mercado, enquanto o banco central sinaliza para mais afrouxamento da política monetária.
Além disso, investidores comandados pelo Estado, conhecidos em chinês como "seleção nacional", realizaram pesadas compras de papéis chineses a fim de escorar o principal índice de ações do país.
A "seleção nacional" consiste de grandes instituições com centenas de bilhões de yuan em ativos, como a China Securities Finance Corp, fundo criado para prover liquidez e financiar operações de margem das corretoras e que vem servindo como principal veículo do governo para o resgate ao mercado.
Desde o começo de julho, quando ocorreu a primeira queda vertiginosa dos papéis, as autoridades já vinham intervindo no mercado. Acionistas com grandes participações foram proibidos de sair de suas posições e foi emitida uma série de alertas contra vendas a descoberto, ou apostas em quedas em seu mercado doméstico de ações "classe A".
"A possibilidade para que as ações A recuperem-se no próximo mês é bastante grande dada que a liquidez é boa agora no mercado e a capacidade de venda a descoberto foi em grande parte contida", disse o analista da Haitong Securities Zhang Qi.
A renovada volatilidade nesta semana levantou questões sobre como Pequim pode se desembaraçar da série de medidas de apoio que aplicou ao mercado acionário.
Alguns investidores estrangeiros dizem que a intervenção estatal pesada também atrasou os planos de liberalização do mercado no centro da agenda de reformas econômicas da China.
Na Europa, a Bolsa de Londres tinha às 9h10 alta de 0,70%; Paris, de 0,15%; Frankfurt, de 0,3%; Madri, de 0,47%; e Milão, de 1,18%.
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