Aposta em retomada da confiança é trunfo de fundos de ações
Marcelo Justo/Folhapress | ||
Gestor que investiu nos segmentos de varejo, logística e farmacêutico liderou ranking no semestre |
A aposta em papéis de empresas que estiveram fora do holofote do mercado e de setores que poderiam se beneficiar com a retomada da confiança do consumidor foi a estratégia adotada pelos gestores dos dois fundos de ações que lideraram o ranking elaborado pela Comdinheiro no semestre.
Os fundos de ações tiveram performance melhor que todas as outras categorias no período. A expectativa é que o cenário positivo continue até o fim do ano.
O produto com melhor retorno foi o GTI Dimona Brasil, da GTI Administração de Recursos. André Gordon, da gestora, diz que, em novembro, a empresa criou o chamado "kit impeachment", que contemplou os setores que mais se beneficiariam da retomada da confiança do consumidor, caso o afastamento da presidente Dilma Rousseff se concretizasse.
"Podemos dizer que temos quase duas Bolsas. Uma que sentiu os reflexos da crise política e financeira e a outra que passou à margem da crise, até com algum crescimento. E foi nessa que apostamos", diz Gordon.
A gestora de recursos optou por segmentos como varejo, imobiliário, logística e farmacêutico.
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Para César Paiva, da Real Investor Gestão de Recursos, há uma disparidade entre o preço em Bolsa e o real valor das ações.
"Somos caçadores de pechincha", afirma Paiva, acrescentando que a gestora encontrou boas oportunidades em setores que estão "fora da moda".
Entre eles está o ramo do entretenimento. "A Time For Fun é um exemplo dessa estratégia. Começamos a comprar no fim de 2014 e intensificamos em 2015, quando poucos ainda olhavam para o setor. O resultado é que no primeiro semestre colhemos os primeiros frutos", avalia.
No caso do Bradesco, terceiro colocado no ranking, a estratégia foi alocar os recursos em ações do próprio banco. Para o segundo semestre, a tendência é continuar na mesma toada, afirma Ricardo Almeida, da Bram (Bradesco Asset Management).
PETROBRAS
Os fundos de investimento em ações da Petrobras também apresentaram bom desempenho no período, com pelo menos cinco dos dez primeiros colocados investindo em ações da estatal.
Para Almeida, que tem dois fundos com recursos alocados na estatal entre os cinco primeiros do ranking, depois dos anos ruins vividos pela petrolífera, há uma recuperação das perdas e a tendência é boa para a companhia.
Entre os fatores positivos que podem levar ao bom desempenho das ações da Petrobras no semestre está a queda do dólar. Isso porque a companhia tem uma dívida grande em moeda norte-americana, que agora está em queda. A expectativa é que o dólar, que já superou os R$ 4, encerre o ano em torno de R$ 3,30.
A mudança no comando da estatal, com a chegada de Pedro Parente à presidência, também contribuiu. Após ser alvo de um dos maiores escândalos de corrupção, a companhia passa por reestruturação. "Vemos com bons olhos tanto Petrobras quanto o mercado acionário como um todo", afirma Almeida.
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