TCU determina que Correios anulem compra de empresa aérea
Luiz Carlos Murauskas/Folhapress |
Agência dos Correios na Vila Leopoldina, em São Paulo |
O TCU (Tribunal de Contas da União) determinou que os Correios anulem o processo de compra da empresa Rio Linhas Aéreas S/A, processo iniciado em maio de 2014.
A estatal pretendia adquirir 49,99% das ações da empresa para depois contratá-la, sem concorrência, para prestar serviço de transporte aéreo de cargas para os próprios Correios.
O preço estimado da operação era de cerca de R$ 50 milhões, sendo uma parcela de R$ 24 milhões e outra que poderá ser menor a depender das condições financeiras da empresa, segundo dados que constam do processo no TCU.
O ministro do TCU Bruno Dantas, que já havia suspendido a operação em junho entendeu que a aquisição burla a lei de licitações.
A compra da Rio pelos Correios já era contestada dentro do próprio governo. Pareceres internos do Ministério da Fazenda informam que a Rio opera com prejuízo e tem passivos superiores a R$ 350 milhões. A empresa também tem outras dívidas que nem sequer foram avaliadas no processo de compra.
A Rio já é uma das prestadoras de serviços para os Correios no Transporte de Cargas. No ano passado, ao menos 13 companhias faziam esse trabalho.
Quando iniciou a aquisição, a estatal informou que escolheu a Rio porque a empresa mantinha o maior número de aeronaves cargueiras do mercado.
Além disso, segundo os Correios, o próprio TCU e a CGU (Controladoria-Geral da União), órgão de controle do governo federal, recomendaram alternativas para o modelo de transporte aéreo de carga postal da companhia após denúncias de corrupção no setor.
Os Correios informaram que aguardará a publicação da decisão para se posicionar. A estatal lembrou que o negócio estava sendo feito para atender a recomendações do próprio TCU e que a não aquisição prejudica a empresa porque ele dobraria a capacidade de transporte.
Até o mês passado, a assessoria do Correios informava que isso onerava os Correios com um custo de R$ 50 milhões/ano. Em resposta enviada nesta sexta-feira (13), o custo passou para R$ 60 milhões/ano.
A assessoria da estatal contesta ainda que o valor da operação tenha sido avaliado em torno de R$ 50 milhões, sem informar contudo o valor.
Ainda segundo a assessoria, a Rio tinha dívida líquida de R$ 113 milhões e apenas seis companhias faziam o serviço no ano passado, diferentemente dos dados que constam do processo. Além disso, informa que a escolha da Rio ocorreu porque ela tinha uma saúde financeira "melhor que a das demais".
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