Bolsa tem nova queda com aumento do desemprego e exterior; dólar cai
O aumento do desemprego acima do esperado por analistas do mercado contribui para a desvalorização da Bolsa brasileira nesta quinta-feira (20). A possível denúncia do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por corrupção e lavagem de dinheiro e a queda dos principais índices internacionais também pesam.
No mercado cambial, o aumento dos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos alivia a cotação do dólar. A avaliação é que o mercado de trabalho americano não está sólido o suficiente para que o banco central do país eleve os juros em setembro.
Às 14h48, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, tinha queda de 0,59%, para 46.313 pontos. Se fechar nesse patamar, a Bolsa atingirá o menor nível desde 18 de março de 2014.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha queda de 1,17%, para R$ 3,462, às 14h48. Já o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, tinha desvalorização de 0,77%, para R$ 3,460, no mesmo horário.
O desemprego no Brasil atingiu 7,5% em julho, no sétimo avanço seguido e o maior patamar registrado desde março de 2010, informou o IBGE.
"O mercado já sabe que o desemprego tende a crescer em decorrência da crise econômica pela qual estamos passando, mas o aumento ficou acima do esperado", afirma Angelo Larozi, analista-chefe da Walpires Corretora.
Há expectativa também em torno da denúncia de Eduardo Cunha pela Procuradoria-Geral da República por corrupção e lavagem de dinheiro.
De acordo com investigadores, pesa contra o presidente da Câmara uma possível participação na movimentação de recursos na Suíça. As investigações apontaram o equivalente a R$ 54,5 milhões depositados pelo executivo Julio Camargo em contas indicadas pelo lobista Fernando Soares, apontado como o operador do PMDB na Petrobras.
"Existe uma preocupação com cenário político. Temos votações importantes para o ajuste final na Câmara, e o temor é que o Eduardo Cunha utilize isso para se defender e prejudique o ajuste fiscal do governo", avalia.
AÇÕES
No exterior, os principais índices na Europa e nos Estados Unidos caem nesta quinta-feira ainda sob impacto de preocupações com a desaceleração da China, que afeta os preços de commodities.
Aqui, porém, as ações da Vale, que seriam impactadas pela queda no preço do minério de ferro, se recuperam das cinco quedas seguidas.
Ações preferenciais da mineradora avançavam 1,18%, para R$ 13,64, às 14h46, enquanto as ordinárias subiam 1,12%, para R$ 17,03, no horário.
Às 14h47, os papéis mais negociados da Petrobras tinham queda de 0,79%, para R$ 8,72. No horário, as ações com direito a voto caíam 0,92%, para R$ 9,68.
Destaque para as ações da Positivo, empresa de tecnologia, que avançam após a companhia anunciar o relançamento, no Brasil, da marca japonesa Vaio, detida pela Sony até 2014. Às 14h47, os papéis da empresa tinham alta de 9,94%, para R$ 1,99.
DÓLAR
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA subiram em 4.000, para 277 mil, segundo números ajustados sazonalmente, na semana encerrada em 15 de agosto, informou o Departamento do Trabalho americano nesta quinta-feira. O número de pedidos para a semana anterior foi revisado e mostrou 1.000 solicitações a menos.
O dado pode indicar que o mercado de trabalho americano ainda não está completamente recuperado, levando o Federal Reserve (Fed, banco central americano) a adiar para dezembro o aumento de juros nos EUA.
Investidores também ficam atentos a dados sobre vendas de imóveis usados, que vieram melhores que o esperado, crescendo 2% em julho. Além disso, o índice de atividade nas fábricas da Filadélfia subiu para 8,3 em agosto em relação a 5,7 em julho, indicando um fortalecimento da produção industrial no país. Os indicadores também são considerados pelo Fed na hora de definir sua política monetária.
O aumento dos juros nos EUA deixaria os títulos do Tesouro americano —cuja remuneração acompanha essa taxa e que são considerados de baixíssimo risco— mais atraentes do que aplicações em emergentes, como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. Com a menor oferta de dólares, a cotação do dólar seria pressionada para cima.
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