Radicais do Syriza rompem com Tsipras e apresentarão lista própria
A ala radical do esquerdista Syriza anunciou nesta sexta-feira (21) a formação de um novo partido que se apresentará às eleições antecipadas após a renúncia do primeiro-ministro, Alexis Tsipras.
O partido que resultará da cisão do Syriza se chamará Unidade Popular e formará seu próprio grupo parlamentar com 25 deputados, informou hoje o parlamento grego.
O líder desta legenda será o ex-ministro de Energia, Panayotis Lafazanis, que defende a volta do dracma como moeda nacional e foi muito crítico às negociações entre o governo de Tsipras e os sócios europeus, já que se opõe à aplicação de novos cortes.
O Unidade Popular deriva da corrente radical do Syriza, a Plataforma de Esquerda, que nesta manhã anunciou que apresentará sua própria lista nas quase cetas eleições antecipadas gregas, após a renúncia de Tsipras.
"A Plataforma de Esquerda contribuirá à formação de uma frente ampla, progressista, democrática e anti-memorando que participará das eleições para impor o cancelamento dos memorandos (com os credores)", afirmou o grupo em comunicado.
"As eleições que Alexis Tsipras decidiu provocar têm lugar para enterrar o 'não' do referendo, as lutas do povo contra os memorandos e sua esperança", acrescentou a nota.
O Unidade Popular se transforma assim na terceira força política do país, razão pela qual, segundo o procedimento estabelecido pela Constituição, receberá o mandato do presidente da República, Prokopis Pavlopoulos, para formar governo se a segunda força política não conseguir.
O presidente do partido conservador grego Nova Democracia, Vangelis Meimarakis, recebeu hoje o mandato para formar um Executivo, depois que Tsipras abriu mão de sua vez, como líder da primeira força.
Se Meimarakis não conseguir constituir um governo, como preveem os analistas, será a vez do Unidade Popular, que com seus 25 deputados passará à frente do até agora terceiro partido, o neonazista Aurora Dourada, que conta com 17 cadeiras.
A data dos pleitos dependerá então do uso que façam os partidos de seu turno para formar governo, mas oscilaria entre o final de setembro e o início de outubro.
Tsipras renunciou nesta quinta-feira ao assegurar que seu mandato terminou após pactuar o terceiro resgate com as instituições e que agora é o momento que o povo grego decida por meio do voto se legitima sua gestão.
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