Recessão e baixa confiança derrubam investimentos pelo 8º tri consecutivo
Com a economia em recessão, após o PIB do 2º trimestre registrar queda de 1,9%, e empresários sem confiança sobre a retomada da demanda por seus produtos, as companhias brasileiras reduziram mais uma vez seus investimentos em aumento da capacidade de produção de abril a junho deste ano.
Os investimentos encolheram 8,1% no segundo trimestre deste ano, na comparação ao três meses imediatamente anteriores, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).
Trata-se da oitava queda consecutiva dos investimentos nessa comparação, a mais longa sequência da série histórica do IBGE, iniciada em 1996. Foi ainda a queda mais intensa desde o primeiro trimestre de 2009 (-10,1%).
Infográfico: PIB Investimentos - Tri. x Tri. imediatamente anterior, em %
Na comparação ao mesmo trimestre do ano passado, essa queda foi mais acentuada, de 11,9% – a queda mais intensa desde o primeiro trimestre de 1996 (-12,7%). Os investimentos já tinham encolhido 7,8% no primeiro trimestre deste ano frente ao mesmo período do ano passado.
Chamado tecnicamente de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), o indicador de investimentos reflete os investimentos em bens de capital, ou seja, bens que servem para produzir outros bens. São máquinas e equipamentos.
"Este recuo é justificado, principalmente, pela queda das importações e da produção interna de bens de capital, e também pelo desempenho negativo da construção civil", disse o IBGE na nota divulgada com as estatísticas do PIB do segundo trimestre.
Além de afetar o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre deste ano, o resultado preocupa porque os investimentos são uma indicador a capacidade da economia de continuar crescendo no futuro.
Cláudio Frischtak, sócio da consultoria Inter.B, diz que os investimentos são uma aposta dos empresários no futuro. "Você precisa, consequentemente, de visibilidade [sobre o que vai acontecer com a economia] e confiança, o que não existe atualmente", disse.
Com o resultado ruim, a taxa de investimento –medida pela relação os investimentos sobre o PIB– foi de 17,8% no segundo trimestre deste ano, abaixo da taxa de 19,7% registrada nos três meses imediatamente anteriores.
Nos últimos anos, os investimentos foram propulsores da economia, ao lado do consumo das famílias brasileiras. Crédito farto e com juros especiais do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) contribuíram.
Para Frischtak, os desdobramentos das investigações das maiores empreiteiras do país na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, agravaram a queda dos investimentos no trimestre, mas não foram determinantes para o resultado.
"Foram os erros em sequência da política economia, no plano macro e microeconômico, que nos colocaram no cul-de-sac [fundo do saco, em fracês", disse o consultor.
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