Jovens aderem às cervejas artesanais e criam desafio no mercado
Edson Silva/Folhapress | ||
Chopes e cerveja preta da cervejaria Invecta; Invicta é uma das cervejarias artesanais em Ribeirão Preto |
A criação de uma "Megacerva", como foi apelidada pelos analistas de mercado a união entre SABMiller e AB Inbev, surge em um momento de mudança no negócio da cerveja.
Os consumidores mais jovens nos mercados ocidentais vêm se rebelando contra multinacionais e preferindo cervejas artesanais —hoje o segmento que mais cresce no setor.
Tanto a SABMiller quanto a AB InBev estão tentando adquirir produtores de cerveja artesanal a fim de capturar essa transição, mas o desafio persistirá mesmo que os dois maiores fabricantes mundiais se fundam.
PREÇO E ESTRUTURA
Ainda que a oferta da InBev há meses venha sendo alvo de especulações por parte das pessoas que acompanham as duas ações, parece não haver muito acordo sobre o valor do negócio e como a oferta seria estruturada.
As projeções dos analistas atribuem à SABMiller um valor de mercado de 63 bilhões a 73 bilhões de libras (de R$ 374 bilhões a R$ 440 bilhões), uma amplitude muito grande.
GUERRA DA CERVEJA - Divisão do mercado da cerveja, em %
Ontem, após o comunicado da InBev, as ações da SABMiller fecharam com alta de quase 20%, e analistas afirmaram que a oferta de aquisição teria de oferecer ágio de pelo menos 30% sobre o preço das ações, desconsideradas as perturbações recentes.
Segundo análise divulgada pela consultoria Olivetree Securities, o preço necessário para garantir o negócio deveria ir ao extremo mais alto das faixas que estão sendo calculadas pelos especialistas, "por causa do valor de escassez da SABMiller".
Quanto à estrutura da transação, existe mais acordo, e a maioria dos analistas concorda em que qualquer oferta da AB InBev incluiria pagamento tanto em ações quanto em dinheiro.
BRIGA PELO COMÉRCIO - AB Inbev anuncia que fará proposta de compra à Miller
Se uma combinação entre AB InBev e SABMiller vier a emergir em algum momento, Carlos Brito e seus colegas certamente terão de contar com toda a capacidade de gestão de que se orgulham.
"A maneira pela qual construímos nossa companhia foi sempre com uma constante insatisfação quanto aos nossos resultados e realizações... ou seja, nunca estamos felizes com o lugar em que estejamos", disse Brito ao "Financial Times" em maio.
"Sempre acreditamos que é possível fazer mais."
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