Com mais procura e sem novas vagas, desemprego no tri até julho vai a 8,6%
O mercado de trabalho brasileiro continua sem ter como acomodar a crescente parcela da população que está em busca de emprego. Novas vagas não têm sido criadas na mesma proporção em que cresce a quantidade de pessoas que buscam inserção. O fenômeno pressiona para cima as taxas de desemprego.
A taxa de desemprego do trimestre encerrado em julho foi de 8,6%, divulgou, nesta terça-feira (29), o IBGE. Em igual período do ano passado, a taxa havia sido de 6,9%. No trimestre imediatamente anterior (fevereiro, março e abril de 2015), a taxa era de 8%. É o maior valor da série de estudos, iniciada em janeiro de 2012.
O valor está em linha com a expectativa de economistas consultados pela agência internacional Bloomberg, que previam desemprego em 8,5%.
A população desocupada —desempregados que estão em busca de oportunidades— atingiu, no trimestre encerrado em julho, 8,622 milhões de pessoas.
Infográfico: Taxa de desocupação
Houve um crescimento de 26,6% em relação a igual período do ano anterior e de 7,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior ao da pesquisa.
Um sinal de que o mercado não tem acompanhado a procura por trabalho é o crescimento da força de trabalho, formada por pessoas empregadas ou não que efetivamente estavam procurando emprego.
Esse contingente de trabalhadores atingiu 100,8 milhões de pessoas, uma alta de 2,1% em relação a igual período de 2014 e de 0,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
Os dados são da Pnad Contínua, pesquisa que tem recortes trimestrais, mas que são apresentados mensalmente. A Pnad é a pesquisa sobre desemprego mais abrangente do IBGE.
As informações são coletadas em todos os estados da federação, com entrevistas em cerca de 211 mil domicílios —já a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) visita cerca de 45 mil domicílios, e a coleta fica restrita às seis principais regiões metropolitanas do país.
RENDA
A procura maior por emprego ocorre por conta da queda gradual da renda dos trabalhadores, na comparação com trimestres anteriores. Nos três meses encerrados em julho, o rendimento real (já descontada a inflação) foi de R$ 1.881. Houve queda de 0,9% frente ao trimestre encerrado em abril.
Na comparação anual, contudo, verificou-se alta de de 2%. A renda na Pnad, cuja série histórica começou em 2012, ainda não apresentou queda na comparação anual, mas mostra uma deterioração gradativa do indicador.
Infográfico: Rendimento médio real
É verificado no Brasil um movimento de busca por inserção no mercado de trabalho, principalmente dos jovens, que durante anos em que a renda das famílias esteve em acensão, postergaram sua entrada no mercado.
A busca por emprego não acompanha, contudo, a criação de vagas. O indicador que mede a geração de postos de trabalho, chamado de população ocupada, manteve-se estável no trimestre encerrado em julho, em ambas as bases de comparação. A população ocupada foi de 92,1 milhões no período, estável em relação ao trimestre imediatamente anterior e ligeira alta, de 0,3%, em relação a igual período do ano passado.
Foram criadas, no espaço de um ano, 255 mil vagas, enquanto 2,06 milhões de pessoas buscavam oportunidades no período —e integravam a chamada força de trabalho.
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