Bancos têm condições de suportar calote de empresas da Lava Jato, diz BC
O Banco Central calcula que o sistema financeiro nacional tem condições de suportar uma onda de calotes de empresas envolvidas na Operação Lava Jato e também de companhias ligadas a estes grupos econômicos.
Na hipótese de inadimplência de todas essas empresas, nenhuma instituição ficaria insolvente. E a necessidade de capital para que os bancos cobrissem suas perdas seria de R$ 3,4 bilhões, o que equivale a 0,4% da parcela do patrimônio das instituições que serve de referência para medir a saúde dos bancos.
"Evidentemente que, nas hipóteses mais extremas, a rentabilidade do Sistema Financeiro Nacional seria impactada de forma ainda mais severa", diz o BC no seu Relatório de Estabilidade Financeira divulgado nesta quinta-feira (1º).
Segundo o BC, se fossem consideradas apenas as empresas mais vulneráveis, a rentabilidade do sistema seria bastante afetada, mas nenhuma instituição financeira ficaria insolvente. Nesse caso, o impacto da inadimplência geraria necessidade de recapitalizar os bancos em R$ 130 milhões. "As simulações realizadas indicam que o sistema financeiro teria condições de absorver os impactos de default das empresas mais vulneráveis citadas na Lava Jato e seu respectivo contágio, incluindo o inadimplemento de empresas fornecedoras e dos seus funcionários."
PETROBRAS
"Isso tem um impacto relevante no sistema financeiro em termos de rentabilidade, mas o sistema tem proteção suficiente mesmo para enfrentar situações mais radicais desse caso Lava Jato", afirmou o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles.
O BC afirmou que não divulgaria detalhes sobre o estudo, como número de empresas utilizadas em cada cálculo ou qual seria a queda na rentabilidade. Informou apenas que não foi considerada a possibilidade de quebra da Petrobras.
Nas simulações, foi considerada a quebra das prestadoras de serviço da estatal e o impacto sobre companhias que dependentes delas e sobre funcionários.
"Simulamos até a quebra de todas essas empresas. Quebrar é não pagar nada, você destruiu todo o valor desses grupo econômicos. Não simulamos a quebra da Petrobras", disse.
No estudo também não foi calculada a probabilidade desses cenários de inadimplência se confirmarem ou não. Segundo o BC, isso seria algo muito difícil de se calcular.
INADIMPLÊNCIA
O diretor do BC afirmou esperar aumento da inadimplência de consumidores e empresas no segundo semestre de 2015, mas afirmou que os indicadores devem ficar "em patamares historicamente confortáveis".
Disse ainda que os bancos possuem um colchão de recursos provisionados capaz de suportar o aumento desses atrasos.
Sobre o endividamento das empresas brasileiras em moeda estrangeira, o BC calcula que as dívidas que não possuem proteção (hedge) passaram de 3,1% do PIB em dezembro de 2014 para 3,3% em junho de 2015, aumento provocado pelo câmbio.
"É um percentual pequeno do PIB, o que nos dá um conforto", disse Meirelles.
Afirmou ainda que simulações feitas anteriormente pelo BC consideravam situações mais severas do que as condições de hoje na economia, em relação a atividade, desemprego e câmbio. E mostravam que o sistema financeiro tem condições de suportar esses choques.
O relatório do BC mostra ainda que a inadimplência das pequenas e médias empresas nos bancos públicos consolidou tendência de alta e atingiu 5,2% em maio de 2015. Nos bancos privados, também se observa ascensão da inadimplência nesse segmento, embora em menor magnitude, "pois medidas para reduzir o risco foram adotadas por tais instituições financeiras desde 2013".
Nas empresas de grande porte, segundo o BC, o aumento da inadimplência em 2015 foi influenciado fortemente por algumas empresas do setor de energia nos bancos privados.
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