Manifestantes protestam em Berlim contra acordo entre Europa e EUA
Manifestantes marcharam neste sábado (10) pelas ruas de Berlim contra o projeto de acordo de livre-comércio TTIP (sigla em inglês), uma parceria transatlântica atualmente em discussão entre a União Europeia e os Estados Unidos — assim como o CETA, entre a UE e o Canadá.
Respondendo à convocação de vários partidos políticos, organizações sindicais, ambientais, antiglobalistas e de defesa dos consumidores, cerca de 250 mil pessoas participaram da manifestação, segundo os organizadores.
A polícia, no entanto, que mobilizou mil agentes na capital alemã, contabilizou cerca de 100 mil manifestantes durante o protesto, que ocorreu sob um céu azul e ensolarado.
Esta afluência de participantes obrigou as autoridades berlinenses suspenderem temporariamente o tráfego ferroviário em torno da estação central, de onde o cortejo partiu às 9h (6h, em Brasília), para depois seguir um percurso pelo centro da capital que terminou às 13h (10h, no horário de Brasília). Até o momento, segundo foi informado, não havia sido registrado nenhum incidente.
"Nunca antes na Europa tanta gente havia saído às ruas por este motivo", elogiou neste sábado a Confederação Federal Alemã (DGB), uma das organizações que convocou este dia de mobilização sob o lema "Parem TTIP e CETA".
Para permitir que grande parte dos participantes chegassem a Berlim foram fretados trens especiais e mais de 600 ônibus em toda a Alemanha.
A oposição ao chamado acordo transatlântico de comércio e investimento cresceu em relação a 2014 na Alemanha, com críticos temendo que o pacto dê muito poder a grandes multinacionais às custas de consumidores e trabalhadores.
Dieter Bartsch, vice-líder do grupo parlamentar do Partido de Esquerda, disse estar preocupado com a falta de transparência em torno das negociações.
O nível de resistência surpreendeu o governo da chanceler Angela Merkel e mostrou o desafio para virar a maré a favor do acordo que os defensores dizem que vai criar um mercado de 800 milhões de pessoas e servir de contrapeso à influência da China.
Empresas esperam que o acordo crie mais de US$ 100 bilhões de dólares em ganhos econômicos em ambos os lados do Atlântico.
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