Volkswagen fará recall de 8,5 milhões de veículos na Europa
O grupo automobilístico alemão Volkswagen anunciou na última quinta-feira (15) o recall de 8,5 milhões de veículos com motores adulterados na União Europeia a partir de janeiro de 2016.
Horas antes, as autoridades alemãs anunciaram que ordenariam à companhia que convocasse a revisão de 2,4 milhões de veículos na Alemanha.
A empresa admitiu no final de setembro ter equipado 11 milhões de carros a diesel no mundo inteiro com o software que frauda testes de emissão.
A eclosão do escândalo fez com que o presidente da companhia, Martin Winterkorn, renunciasse e fosse substituído por Matthias Müller, até então responsável pela marca Porsche.
No Brasil, o único modelo com motorização semelhante à envolvida na fraude global é picape média Amarok, que é produzida na Argentina e tem motor 2.0 turbodiesel. Esse modelo não é comercializado no mercado norte-americano, e a empresa ainda não divulgou uma lista oficial de produtos envolvidos na fraude.
Em Portugal, o ministro da Economia, Antonio Pires de Lima, informou que cerca de 117 mil veículos serão afetados.
Estima-se que no Reino Unido cerca de um milhão de carros irão para a revisão. Na França um pouco menos de um milhão de veículos serão recolhidos.
Os modelos em questão possuem um software que permite falsificar os resultados das emissões poluentes.
Na Itália, a polícia realizou uma busca nos escritórios da VW de Verona e de sua marca de luxo Lamborghini em Bolonha.
O Ministério Público italiano abriu uma investigação por "fraude comercial" contra seis dirigentes do grupo, entre eles Massimo Nordio, diretor-geral da Volkswagen Itália, e Luca De Meo, diretor de marketing e vendas da Audi, informou a agência AGI.
Os acontecimentos do dia resultaram em uma queda de 3,66% nas ações da Volkswagen na Bolsa de Frankfurt.
Na semana passada, a Volkswagen apresentou um plano para adaptar os automóveis às normas a partir de janeiro de 2016, mas sem contemplar o recall de todos os veículos.
O ministério dos Transportes e o órgão regular dos transportes KBA não haviam comentado até o momento o plano apresentado pela Volkswagen para enfrentar o escândalo.
O ministro dos Transportes, Alexander Dobrindt, concederá uma entrevista coletiva nesta quinta-feira.
O jornal alemão "Bild" informou que as autoridades estão "perdendo a paciência" com a montadora e não estão dispostas a aceitar apenas a boa vontade demonstrada pela empresa.
A Volkswagen admitiu em setembro que instalou no motor a diesel de 11 milhões de veículos em todo o mundo um software que adulterava os resultados dos testes de emissões de poluentes.
A Alemanha é um dos mercados mais afetados pelo escândalo.
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