Eletrobras pretende arrecadar até R$ 5 bilhões com venda de distribuidora
Danilo Verpa - 11.nov.2009/Folhapress | ||
Torre de transmissão de energia próxima à estação de Furnas na cidade de Itaberá (SP) |
A Eletrobras pretende arrecadar até R$ 5 bilhões com a venda de sua participação majoritária na Celg D, distribuidora de energia de Goiás, que pode ser privatizada ainda este ano, disse à Reuters uma fonte próxima das negociações.
A estatal de energia corre contra o tempo para viabilizar a venda até dezembro. Isso após obter somente na semana passada sinal verde para ir adiante com o negócio com a aprovação, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), da renovação dos contratos de concessão de 39 distribuidoras de energia elétrica, entre elas a Celg, por um período de 30 anos.
A Eletrobras detém 51 % da Celg D, enquanto o governo de Goiás é dono da participação restante. O comprador, portanto, poderia ter que desembolsar algo próximo a até R$ 10 bilhões, considerando a parcela detida por Goiás.
"Acho que esse negócio vai ficar entre R$ 3 e 5 bilhões. A Eletrobras chegou a esse valor levando em conta o valor presente líquido do fluxo de caixa futuro. Você imagina quanto vai arrecadar, quanto vai gastar e quanto vai sobrar. Isso trazido a valores presentes dá esse valor", afirmou a fonte, na condição de anonimato.
A fonte disse que o cálculo também leva em conta a conjuntura ruim da economia brasileira e até a oferta de crédito mais cara, variáveis que podem influenciar no apetite das empresas pelo ativo.
Além disso, o comprador ainda teria que assumir uma dívida da Celg estimada em R$ 2 bilhões.
Procurada, a Eletrobras não quis comentar o assunto.
Segundo especialistas do mercado de energia elétrica, a distribuidora de Goiás é o "filé mignon" das distribuidoras federalizadas sob controle da Eletrobras, que planeja vender as empresas de distribuição aos poucos para reduzir a presença nesse segmento.
"Há muitos interessados na Celg. Das federalizadas, [a Celg] é a joia da rainha", disse à Reuters o professor Nivalde de Castro, do Gesel (Grupo de Estudos do Setor Elétrico), da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O interesse na Celg se deve, entre outros fatores, ao fato de a distribuidora estar situada em uma região relativamente rica do país, próxima da capital federal, atendida por outra distribuidora. A Celg D é responsável pelo atendimento de 237 municípios de Goiás, correspondente a mais de 98,7 % do território goiano. O Estado tem mais de 6 milhões de habitantes.
Além disso, a empresa tem menos "esqueletos" que as demais distribuidoras federalizadas, situadas nas regiões Norte e Nordeste, que registram menor eficiência.
"Os chineses querem entrar na distribuição e transmissão e, se eles entrarem, dificilmente outro grupo conseguirá concorrer com eles. Faturam bilhões de dólares, têm grandes grupos para apoiar e querem grandes projetos. E a Celg se enquadra nesse perfil", explicou Castro.
Recentemente, a State Grid assumiu interesse na distribuidora e disse que irá analisar o ativo quando este for colocado no mercado pela Eletrobras.
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