Bill Clinton prepara discurso sobre confiança contra crise no Brasil
Daniel Marenco/Folhapress | ||
Dilma participa de encontro com Bill Clinton em evento da Clinton Global Initiative América Latina, no Rio |
O ex-presidente dos EUA Bill Clinton prepara um discurso em que sugere confiança para superar a crise econômica e política brasileira.
Ele está escalado para o encerramento do Encontro Nacional da Indústria, organizado pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias), em 12 de novembro, em Brasília.
De acordo com um auxiliar de Clinton, o discurso ainda não está finalizado, mas há expectativa de que Clinton, que ocupou a Casa Branca entre 1993 e 2001, não ignore as crises atuais no Brasil.
O plano é colocar as dificuldades em perspectiva e, então, passar uma mensagem de confiança. Um diretor da Fundação Clinton disse à Folha, sob condição de anonimato, que o democrata deve usar os próprios EUA como exemplo ao sustentar que o Brasil tem condições de superar dificuldades.
A maior economia do mundo viveu um ano e meio de recessão pós-crise financeira de 2008 e tem mostrado recuperação gradual desde então. Em 2009, o PIB americano encolheu 2,8%, segundo o governo. Em 2015, a projeção do FMI é que se expanda 2,6%.
O Brasil, que, segundo o organismo, perderá duas posições e encerrará o ano como nona maior economia do mundo, deve ter contração de 3% em 2015.
A recessão no país será o cerne do evento da CNI, cujo tema é "Brasil: ajuste e correção da rota". O objetivo é debater possíveis saídas para o atraso na indústria nacional.
O país perdeu 18 posições em cinco anos e está em 56° lugar no ranking mundial de competitividade do IMD (Institute for Management Development) à frente apenas de Mongólia, Croácia, Argentina, Ucrânia e Venezuela.
Quando esteve no Brasil em dezembro de 2013, Clinton adotou tom otimista ao elogiar a redução da desigualdade no país e o crescimento da classe média, com a superação da miséria por milhões de pessoas.
"Programas como o Bolsa Família, fundamentado no Bolsa Escola, são muito importantes", afirmou à época.
O ex-presidente também fez menção elogiosa à "escolha pelo diálogo" como resposta do governo Dilma Rousseff aos protestos ocorridos meses antes que chegaram a reunir 1 milhão de pessoas.
"Em vez de confronto, a cooperação é mais importante para resolver nossos problemas", afirmou.
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