Governo eleva custo da energia em usinas hidrelétricas que vão a leilão
Joel Silva/Folhapress - 09.abril.2001 | ||
Represa de hidrelétrica em MG; governo elevou o custo da energia de usinas em leilão |
Para arrecadar R$ 17 bilhões e reduzir o deficit nas contas públicas, o governo vai tornar, em média, o custo da energia de 29 usinas hidrelétricas três vezes maior do que seria se não houvesse esse pagamento.
A estimativa foi feita por empresas que estudaram a participação na disputa por esses ativos, marcada para esta quarta-feira (25).
De acordo com o advogado Guilherme Schmidt, sócio da área de energia do L.O. Baptista-SVMFA, o cálculo aponta que, de cada R$ 100 de gasto com as usinas, só cerca de R$ 25 são para cobrir custos de operação e ganhos. O restante será para pagar o bônus de outorga –espécie de aluguel cobrado pelo governo pela concessão.
"O valor da outorga ficou muito alto", diz. Mesmo assim, ele afirma que é grande a possibilidade de haver grupos nacionais e estrangeiros interessados na disputa.
Os investimentos são considerados atrativos porque envolvem obras prontas e com rentabilidade estimada elevada.
QUEM DÁ MAIS - Usinas que vão a leilão
INSEGURANÇA
O leilão, no entanto, está ameaçado pela falta de segurança jurídica. O governo ainda não aprovou no Congresso mudanças na lei que permite o pagamento ao governo pela cessão das usinas e nem novas regras do setor.
A votação está marcada para ocorrer na terça-feira (24), dia anterior ao previsto para a disputa.
Pela regra ainda vigente, criada quando a presidente Dilma Rousseff era ministra de Minas e Energia, não era permitido cobrar outorga para concessão no setor.
A argumentação, naquele momento, era que esse pagamento onerava a tarifa.
Usando o argumento de que a energia dessas 29 usinas –que voltaram ao poder do Estado após o fim de suas concessões– terá custo muito menor que a média, decidiu-se cobrar outorga. O custo dessas usinas é mais baixo porque elas já não pagam os financiamentos usados para a sua construção.
Os leilões foram divididos em cinco lotes, sendo que o maior deles é o das usinas de Ilha Solteira e Jupiá (SP), em poder da Cesp. Vence a disputa que oferecer o menor preço pela administração. O valor da outorga é fixo e será pago 65% neste ano e o restante no meio de 2016.
O preço elevado da outorga e o pagamento imediato tiraram a Cesp da disputa. Mas o governo aposta que haverá concorrência.
A expectativa está baseado na demonstração de interesse de estrangeiros, principalmente chineses. Também tenta garantir a participação de nacionais e, para isso, colocou bancos públicos para emprestar dinheiro para pagar a outorga.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 06/06/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +1,22% | 122.899 | (17h36) |
Dolar Com. | -0,88% | R$ 5,2498 | (17h00) |
Euro | -0,11% | R$ 5,7338 | (17h31) |