BTG não é feito de apenas uma pessoa, diz substituto de André Esteves
Fabio Braga - 31.ago.2015/Folhapress | ||
O presidente-interino do BTG Pactual, Persio Arida |
Em evento com clientes nesta quarta-feira (25), o presidente interino do banco BTG Pactual, Pérsio Arida, foi sucinto ao falar sobre a prisão do banqueiro André Esteves, fundador da instituição, pela Polícia Federal.
Em rápida manifestação sobre o tema, Arida tentou tranquilizar os clientes, dizendo que o banco não é feito de apenas uma pessoa.
Arida assumiu o comando do banco no lugar de André Esteves, que foi preso nesta quarta (25) sob acusação de obstruir as investigações da Operação Lava Jato. A decisão foi do conselho de administração do banco.
O evento, que já estava agendado antes da operação da PF, reuniu cerca de 400 clientes do BTG no hotel Sofitel, em Copacabana. A maior parte da plateia era formada por clientes pessoa física, da área de gerenciamento de riquezas do banco. A imprensa não teve acesso.
De acordo com o convite, Esteves faria a palestra de abertura, seguindo por uma mesa redonda composta pelos sócios Arida e Eduardo Loyo e pelo ex-presidente do Banco Central do México e presidente das operações do BTG naquele país, Guillermo Ortiz.
Segundo participantes do encontro, Arida fez um breve comentário sobre a prisão de Esteves, afirmando que confia na Justiça e espera que a situação seja resolvida o mais rápido possível. Disse ainda que a Operação Lava Jato é importante para o país.
"Ele procurou tranquilizar os clientes dizendo que o banco não é feito de apenas uma pessoa, é feito de parceiros", disse um cliente, na saída. Ele acrescentou que o executivo usou a expressão "business as usual" para dizer que o banco continuará operando normalmente.
Depois, Arida emendou no tema do encontro –as perspectivas econômicas para 2016.
De acordo com os presentes, não houve questionamentos sobre a prisão de André Esteves durante a seção de perguntas e respostas. "Foram apenas duas perguntas, as duas sobre o tema do encontro", contou um deles. Em geral, o clima entre os entrevistados não era de grande preocupação.
"Vim apenas por desencargo de consciência. Queria ver se eles iriam falar mais [sobre a prisão]", disse um participante, que deixou o encontro mais cedo, logo após o pronunciamento de Arida.
A Folha apurou, porém, que funcionários do banco perceberam, durante o dia, um clima de preocupação com relação às consequências da prisão de Esteves nas operações. Durante o dia, houve um esforço pró-ativo para entrar em contato com clientes para tentar acalmá-los.
"Foi todo mundo pego de surpresa", disse um empregado. "Mas o banco tem uma posição sólida", defendeu.
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