Lançamento de imóveis cai 31% no ano em São Paulo
Após as vendas de imóveis residenciais desabarem 30,25% entre 2013 e 2014 na cidade de São Paulo, a desaceleração da economia atinge agora também o volume de unidades lançadas.
Apenas entre janeiro e outubro, o recuo foi de 31,3%, "confirmando que o mercado vem se ajustando", segundo relatório do Secovi-SP (entidade que representa o setor imobiliário).
Os 1.769 imóveis lançados em outubro são o menor volume para o mês desde o início da série histórica, em 2004.
Unidades de imóveis lançados em São Paulo - Em meses de outubro
Ainda de acordo com o documento, a defasagem em relação ao número de lançamentos de 2014 deve aumentar para 38% até o fechamento do ano.
Com o enxugamento do mercado, também mudou o perfil do comprador. "Ninguém está fazendo 'upgrade' [venda do imóvel antigo e compra de um melhor] porque está difícil vender, o crédito está caro e as pessoas se sentem inseguras em financiar por 10, 15, 20 anos", diz Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi.
Agora movimentam o mercado principalmente compradores de primeira viagem, recém-casados, ou saindo da faculdade, em busca de residências menores e localizadas em bairros mais afastados, diz Petrucci.
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Por esse motivo, o preço médio do metro quadrado de área útil comercializada caiu de R$ 9.100 para R$ 8.600 entre outubro de 2014 e de 2015.
Quando descontada a inflação, o recuo fica entre 13% e 14%. Investidores em busca da valorização rápida que marcou o mercado entre 2007 e 2010 preferem se aventurar no mercado financeiro, diz Petrucci.
Entre janeiro e outubro, a queda nas vendas de imóveis foi de apenas 3,4%, com 14.810 unidades residenciais novas comercializadas. A defasagem deve, no entanto, subir para 20% até o fim do ano, diz o Secovi.
A entidade espera vendas fracas em novembro e dezembro, dois meses importantes para o setor imobiliário. Em outubro a cidade tinha 26.396 unidades residenciais disponíveis para a venda, um recorde para o mês desde que a série histórica começou a ser compilada, em 2004.
Estoque de imóveis residenciais - Na cidade de São Paulo
TEMPO DE VENDA
Foi ampliado também o tempo que se leva para vender um imóvel, indicado pelo índice VSO (venda sobre ofertas). O índice para o período de 12 meses chegou ao nível de 41% em outubro de 2015, frente 44,8% em 2014 e 66,3% em 2013.
A desaceleração do setor imobiliário atinge também os novos aluguéis, que completaram em outubro um ano de ajustes abaixo da inflação.
No relatório, o Secovi destaca como motivos para o mal resultado a queda de 1,7% no PIB do terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre e o fechamento de vagas formais de emprego.
"Um dos setores mais atingidos é a construção civil, que já demitiu mais de 255 mil trabalhadores em 2015", diz o documento. Para Petrucci, o setor deve continuar a demitir.
IMÓVEIS DE DOIS DORMITÓRIOS LIDERAM AS VENDAS
Imóveis de dois dormitórios continuaram liderando as vendas, com 555 unidades, ou 49,9% do total comercializado em outubro.
Em seguida vêm imóveis de três dormitórios, com 315 unidades (28,3% do total) e de um dormitório, com 224 unidades (20,1%). Apenas 18 (1,6%) de quatro ou mais dormitórios foram vendidos.
Quando considerado apenas o mês comparado com setembro, a venda de imóveis residenciais teve queda de 20%. Foram 1.112 unidades contra 1.392.
Na comparação com outubro de 2014, no entanto, houve aumento de 15,5%. A instituição faz a ressalva, porém, de que as vendas em 2014 foram menores do que o normal devido às eleições.
Apesar disso, o volume de lançamentos, de 1.769 unidades, é 29,6% menor do que em 2014.
Quando se considera o valor das vendas, o recuo de outubro foi ainda maior. O patamar de R$ 617,1 milhões em outubro foi 27,1% inferior ao de setembro.
Em relação a outubro de 2014, o montante foi 8% superior. Os valores são atualizados pelo INCC-DI (Índice Nacional de Custo da Construção do Mercado - Disponibilidade Interna) de outubro, índice de preços relativo aos custos da construção civil do país.
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