Ala do governo quer que BC sinalize queda dos juros, e não alta
Próximo da primeira reunião do ano do Copom (Comitê de Política Monetária), nos dias 19 e 20 deste mês, uma ala do governo Dilma elevou a pressão para que o Banco Central sinalize queda, e não alta, da taxa de juros.
Segundo assessores próximos à presidente, uma alta dos juros em janeiro vai prejudicar as medidas que o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, prepara para estimular a retomada do crescimento.
Um auxiliar disse à Folha que o governo já não tem espaço para tomar grandes medidas, mas estuda ações "pontuais" na área de crédito. Mas, afirma ele, se o BC subir a taxa Selic, "nem adianta anunciar medida" nessa área porque elas não terão efeito nenhum.
Dentro do Palácio do Planalto, assessores dizem que a presidente Dilma concorda com a avaliação de que é preciso sinalizar uma queda dos juros para melhorar o ambiente para negócios no país.
AUTONOMIA
Fazem a ressalva, porém, de que ela tem dito internamente que o Banco Central tem autonomia para tomar suas decisões e que não vai interferir nas decisões sobre a taxa, que hoje está em 14,25% ao ano.
No Ministério da Fazenda, o assunto é visto como proibido dentro da equipe de Nelson Barbosa.
Nesta quarta (6), o ministro repetiu que o BC tem "autonomia" para administrar a política monetária da maneira adequada para controlar a inflação.
No mercado, até a semana passada a avaliação majoritária indicava um aumento da Selic de 14,25% para 14,75% na próxima reunião do Copom.
Nos últimos dias, porém, alguns analistas passaram a considerar que o BC estaria emitindo sinais mais dúbios, o que poderia indicar até uma decisão de manter a taxa Selic inalterada por enquanto.
CARTA ABERTA
Economistas de mercado não descartam que o BC tome uma posição alternativa, elevando os juros em 0,25 ponto percentual, para mostrar que segue preocupado com as pressões inflacionárias, a despeito da retração da economia brasileira.
A expectativa é que o órgão mostre mais claramente quais serão seus próximos passos na carta aberta que terá de enviar ao ministro da Fazenda explicando por que a inflação estourou o teto de 6,5% no ano passado.
O estouro vai ser oficializado nesta sexta (8), quando será divulgado o IPCA de 2015, que ficará acima de 10%.
COELHO NA CARTOLA
Seguindo a linha de evitar turbulências na área econômica, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou nesta quarta-feira (7) que o governo federal não elabora o lançamento de um grande pacote de medidas no início deste ano para retomar o crescimento econômico.
Segundo ele, o governo tentará paulatinamente retomar a confiança do setor empresarial nacional e internacional e o equilíbrio macroeconômico e fiscal (das contas públicas), mas sem uma "grande notícia" ou um "coelho na cartola".
"Há uma expectativa, que na minha opinião não vai corresponder, de que sairá uma grande notícia. Não estamos mais em tempo de pacotes e não tem nada bombástico", disse.
"Parece que as pessoas estão esperando a grande notícia, o coelho na cartola, mas não tem coelho na cartola", acrescentou o ministro.
Colaborou EDUARDO CUCOLO, de Brasília
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 25/04/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | -0,07% | 124.646 | (17h36) |
Dolar Com. | +0,29% | R$ 5,1640 | (17h00) |
Euro | +0,48% | R$ 5,541 | (17h31) |