Empresas trabalham para calibrar melhor indicadores de prédios verdes
Quem trabalha com certificações sustentáveis, especialmente o Leed, já percebe a necessidade de calibrar as simulações energéticas para a realidade do uso efetivo da edificações.
O CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável) tem se preocupado com o tema e realizado estudos de uso dos edifícios corporativos certificados no Brasil. "A defasagem na performance é um problema a nível mundial", diz Roberto Lamberts, professor titular do Laboratório de Eficiência Energética e Edificações da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
A meta do CBCS é lançar, dentro de um ou dois anos, uma etiqueta própria que avalie o nível de eficiência energética das edificações em operação, segundo Lamberts.
Outro passo para aproximar projeto e utilização tem sido dado pelo próprio GBC Brasil.
"Estamos trazendo neste ano o Leed Dynamic Plaque, um sistema de monitoramento em tempo real do consumo de água e de energia, do tratamento de resíduos e da satisfação dos usuários com a edificação", afirma Felipe Faria, 34, diretor-executivo da organização. "Esse tipo de medição poderá até mudar o nível de certificação do empreendimento.
O CTE, que conduz os processos de certificação, tem redefinido os números de desempenho nos projetos que acompanha após a entrega do edifício e, a partir dessa medição, revisto os critérios que o certificaram.
Aparte essa discussão, os selos ganham novas versões com critérios mais rigorosos.
O Platinum, Leed de escopo mais exigente, entra agora na v4, que em outubro aposentará de vez a v3. Essa versão mais moderna é minuciosa em relação ao uso de materiais sustentáveis na obra, como tintas de baixo VOC - com menor teor de solventes orgânicos voláteis.
A versão anterior, a 3, ainda é o topo de linha no Brasil. O primeiro empreendimento a conquistá-la no país, no final do ano passado, foi o edifício Jacarandá, conjunto de escritórios no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo, e que foi entregue em 2015.
Sua eficiência energética, também carimbada pela etiqueta do Procel em sua classificação máxima (A), destaca a fachada ventilada de concreto e estrutura metálica, que usa também vidros que absorvem energia e refletem a luz.
O preço de uma certificação do Leed, hoje, parte de U$$ 50 mil (cerca de R$ 200 mil). O do Aqua fica entre R$ 25 mil (para empreendimentos de até 1.500 m²) e R$ 125 mil (empreendimentos de 45 mil m² ou mais). O mercado estima que o custo de um certificado gire em torno de 2% a 10% do custo total da obra.
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