Aeroporto de Brasília prepara ampliação e terá hotéis e shopping
O Brasil ganhará uma nova cidade para onde devem ser deslocados prédios públicos da atual capital. Ela vai atrair hotéis, restaurantes, lojas e cinemas. Será construída por 10 mil homens, a maior obra pública a ser iniciada neste ano no país, ao custo de R$ 3,7 bilhões.
Essa poderia ser a descrição do início da construção de Brasília, na década de 1950. Mas é um resumo da ampliação do aeroporto da capital federal, que tem início previsto para junho.
A construção de mais de 1 milhão de metros quadrados fará com que o país embarque no conceito de aeroporto-cidade, algo que já vem sendo desenvolvido em outras partes do mundo.
A maior popularização da aviação, segundo especialistas, tende a dar aos aeroportos a centralidade urbana que já foi de portos, ferrovias e rodovias. Ao redor deles, as cidades vão começar a fazer suas áreas de trabalho, entretenimento e até moradia.
No Brasil, o número de passageiros do sistema aéreo mal chegava aos 30 milhões até o século passado. Em 2015, passou dos 100 milhões. Mesmo assim, o número de viagens por habitante ainda equivale a menos de metade de países desenvolvidos, e a tendência é que na próxima década o número dobre mais uma vez.
É nesse crescimento que acredita a Inframérica, o consórcio formado pela argentina Corporacíon América em parceria com a estatal brasileira Infraero e que administra o aeroporto desde 2013.
Depois de concluir -com percalços como o estouro de um cano que transformou o embarque numa cachoeira- a ampliação do aeroporto para a Copa-14, a empresa passou os últimos dois anos desenvolvendo a "Nova Capital".
O projeto é ambicioso. Em dois anos, a empresa pretende triplicar a atual área construída para abrigar cinco hotéis, prédio de escritório, um shopping com 290 lojas (cinema e academia entre outros) e estacionamento para 6.000 veículos. Ao mesmo tempo, a área internacional do terminal será ampliada.
Somando passageiros, trabalhadores e pessoas que circulam pelo local, serão mais de 100 mil por dia.
SUN PARK CITY
Em seguida, a empresa quer começar a construção do que é chamado de Office Park, um conjunto de prédios de escritórios para trazer para o aeroporto empresas e órgãos públicos da capital. E, até 2018, iniciar a etapa final do projeto: a Sun Park City.
Numa área de 400 mil metros quadrados, a companhia pretende erguer parques temáticos, shoppings, centros de convenção, hotéis e arenas para shows, entre outras atrações. A inspiração vem da cidade espanhola de Zaragoza e seu Puerto Venecia.
Mas, afinal, como levar adiante um empreendimento tão ambicioso num momento de crise?
"Crise? Que crise?", responde rindo Luiz Menghini, presidente argentino da concessionária Inframérica.
Não se trata apenas da conhecida autoconfiança argentina. Mesmo num ano em que o número de passageiros do Brasil não cresceu, no aeroporto de Brasília o número de viajantes foi 9% superior ao de 2014, alcançando 20 milhões de passageiros (eram 16 milhões em 2012).
A aposta da empresa é que Brasília se tornará o grande centro de concentração de viajantes do Brasil porque as companhias aéreas estão trazendo cada vez mais passageiros para a capital, de onde os redistribuem pelo país.
A empresa, contudo, terá o desafio de conseguir financiamento para um projeto de grande porte num momento de juros altos. Para o vice-presidente da Inframérica, o também argentino Daniel Ketchibachian, esse não é um problema. Ele acredita que é melhor iniciar o projeto num momento de crise, quando os serviços estão mais baratos.
"Não podemos perder tempo com crises passageiras."
Editoria de Arte/Folhapress | ||
DECOLAGEM AUTORIZADAEm seis anos, aeroporto de Brasília pode ter mais de 1 milhão de m2 de área |
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Atualizado em 17/05/2024 | Fonte: CMA | ||
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