Protecionismo preocupa gigante das finanças
O espectro do protecionismo, atiçado pela retórica eleitoral do pré-candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, e as taxas de juros negativas -praticadas na zona do euro- representam sérios riscos à economia global. Essa é a opinião do principal executivo da maior gestora de investimentos do mundo, a norte-americana BlackRock.
Larry Fink afirma que as taxas em terreno negativo -o que vem ocorrendo há oito anos- desestimula as pessoas a poupar para a aposentadoria, o que criou um problema para o futuro. O BCE (Banco Central Europeu) cortou novamente a taxa na última semana, para -0,4%.
Pedro Pardo/AFP | ||
Larry Fink, presidente da BlackRock, a maior gestora de investimentos do mundo |
"Não estamos nos dando conta dos efeitos das taxas de juros negativas para os planos de aposentadoria", disse Fink, em entrevista concedida durante encontro com banqueiros no México.
Em suas palavras, este é potencialmente o "maior entrave global" a ser enfrentado. "A aposentadoria é um problema ainda maior do que os sistemas de saúde, pois não é só um problema do presente", acrescentou.
Segundo ele, 80% da poupança para aposentadoria dos alemães estão investidos em títulos de dívida, não em ações. Porém, mesmo contrário às taxas negativas, Fink as vê em vigor por mais tempo.
Ele está preocupado com as consequências do discurso protecionista de Trump, caso o republicano acabe eleito presidente.
Sua principal bandeira é reverter o deslocamento da produção industrial que foi para o México e para a China, atrás de menores custos. Seu objetivo é repatriar empregos.
Trump também prometeu levantar um muro entre os EUA e o México e deportar imigrantes ilegais. "Isso poderia levar a economia global a uma recessão", disse Fink.
Ele prevê que Trump conquiste a vaga de candidato republicano, mas acredita que não será capaz de vencer a provável rival, a candidata democrata Hillary Clinton.
O executivo recomenda que o Fed enfoque os estímulos ao crescimento em investimentos de infraestrutura.
Em suas palavras, a política monetária tem sido "gentil com o capital" mas não com a classe média que, insatisfeita, está turbinando candidatos-protesto nos EUA.
BRASIL
Fink diz que o sentimento do investidor está melhorando, depois de um início de ano extremamente pessimista. Mas não no Brasil. Para ele, a maior economia da América Latina está enredada em escândalos de corrupção que envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e colocam sob pressão a presidente Dilma Rousseff.
O executivo vê uma possível troca de comando no país.
Em sua opinião, o Brasil foi culpado por desperdiçar seu potencial e por esbanjar dinheiro com as Olimpíadas e Copa do Mundo, enquanto precisa de recursos para programas sociais e educação.
O Brasil surfou no boom das commodities, mas mão de obra barata e alta de matérias-primas não são receitas para o crescimento, disse Fink. A inovação, sim.
Quanto ao México, ele se mostrou mais otimista. Disse que o país, assim como a China, está usando as políticas públicas para construir um futuro melhor.
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