Dólar recua para R$ 3,62 com cenário externo favorável; Bolsa tem leve alta
Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas | ||
Moeda americana caiu ante as principais moedas globais |
O bom humor predominou nos mercados globais nesta quarta-feira (30), com as expectativas de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) não subirá os juros americanos tão cedo depois das declarações da presidente da autoridade monetária, Janet Yellen, na terça-feira (29). A moeda americana perdeu terreno ante as principais moedas e as Bolsas globais avançaram.
No Brasil, o cenário político segue no radar, com investidores mantendo as apostas de um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mas, segundo analistas, pelo menos até a votação do impeachment na Câmara, o mercado doméstico tende a ficar volátil. O dólar chegou a cair mais de 1,5% ante o real, mas o movimento perdeu força na reta final do pregão. Já o Ibovespa avançou mais de 2% durante a sessão, porém acabou terminando em leve alta.
A moeda americana à vista fechou em queda de 0,91%, cotada a R$ 3,6246; o dólar comercial perdeu 0,46%, a R$ 3,6220.
O leilão de swap cambial reverso promovido na manhã desta quarta-feira pelo Banco Central teve aceitação de apenas 3.000 dos 20.000 contratos. A operação equivale à compra futura de moeda americana pelo BC. Além disso, a autoridade monetária não realizou, mais uma vez, leilões de rolagem do vencimento de abril de swap cambial tradicional, que corresponde à venda futura de dólares.
"Muitos investidores não estão querendo vender dólares para o Banco Central porque acreditam que a moeda americana poderá não se manter por muito tempo neste patamar próximo de R$ 3,60", avalia Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. "O otimismo pode durar até o [possível] impeachment; depois as incertezas quanto aos rumos do país podem aumentar e o dólar voltar a subir", acrescenta.
O especialista lembra que os juros altos e o quadro político têm atraído investidores estrangeiros para o Brasil. O fluxo de capital estrangeiro na Bovespa em 2016 (no mercado à vista), por exemplo, está positivo em R$ 9,432 bilhões, sendo R$ 7,266 bilhões somente em março, até o dia 28.
JUROS
No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subiu de 13,725% na véspera para 13,760%; já o DI para janeiro de 2021 avançou de 13,500% para 13,620%.
Um operador comenta que, além das incertezas no campo político, a alta dos juros futuros pode ter sido influenciada pelas expectativas quanto ao Relatório Trimestral de Inflação, que o Banco Central divulga nesta quinta-feira (31). No documento, serão apresentadas as novas projeções oficiais do BC, que poderão dar uma sinalização sobre os próximos passos na política monetária.
O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, recuava 3,57%, para 358,816 pontos.
BOLSA
O Ibovespa fechou em alta de 0,18%, aos 51.248,92 pontos. O giro financeiro somou R$ 7,854 bilhões.
A Bolsa brasileira chegou a avançar mais de 2% nesta sessão, embalada pelo cenário externo favorável e o quadro político, mas acabou perdendo fôlego, com investidores aproveitando para realizar lucros.
O clima, no entanto, ainda é de otimismo em relação a um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff. Depois do desembarque do PMDB do governo, os investidores aguardam o posicionamento de outros partidos da base aliada.
Havia expectativas quanto à reunião do PP na manhã desta quarta-feira. O partido, no entanto, decidiu marcar para o dia 11, véspera da votação do impeachment na Comissão Especial da Câmara, a decisão final se vai ou não permanecer no governo.
As ações preferenciais da Petrobras caíram 0,58% na PN, a R$ 8,44, mas ganharam 0,65% na ON, a R$ 10,70, em meio à volatilidade dos preços do petróleo nesta sessão.
Em Londres, o petróleo Brent ganhava 0,15%, a US$ 39,20 o barril; o WTI perdia 0,03%, US$ 38,27.
As ações da Vale subiram 3,53% na PNA (a R$ 11,71) e 2,98% na ON (a R$ 15,54), apesar do recuo do preço do minério de ferro na China pela sexta vez seguida.
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhou 0,56%; Bradesco PN, +0,14%; Santander unit, +1,14%; BM&FBovespa ON, +0,77%; Banco do Brasil ON, -2,07%.
EXTERIOR
Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones fechou com ganho de 0,47%; o S&P 500 avançou 0,44% e o Nasdaq, +0,47%, impulsionados pela sinalização de que os juros americanos não deverão subir logo.
As Bolsas europeias também fecharam no campo positivo: Londres (+1,59%); Paris (+1,78%); Frankfurt (+1,60%); Madri (+0,70%); e Milão (+1,12%).
As Bolsas asiáticas, com exceção de Tóquio, também tiveram forte valorização nesta quarta-feira.
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Atualizado em 26/04/2024 | Fonte: CMA | ||
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