Dólar cai a R$ 3,52 com expectativa sobre impeachment; Bolsa sobe
Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas | ||
O recuo do dólar ante o real é o maior no ranking das principais moedas nesta segunda-feira por causa do cenário político |
A percepção de investidores de que aumentaram as chances de impeachment da presidente Dilma Rousseff e o cenário externo positivo fazem o dólar cair para o patamar de R$ 3,52 nesta segunda-feira (11), apesar da ação do Banco Central.
Para tentar conter a forte queda da moeda americana, que chegou à casa de R$ 3,50, a autoridade monetária realizou nesta manhã dois leilões de swap cambial reverso.
Já o Ibovespa sobe, enquanto os juros futuros recuam.
No campo doméstico, a Comissão Especial da Câmara já iniciou a sessão para votação do relatório favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A previsão é de derrota do governo na comissão. "A expectativa fica por conta do placar, que poderia contaminar o plenário na votação no plenário dia 17", avalia a equipe de análise da Lerosa Investimentos.
Se a aprovação do parecer na comissão for apertada, isso sinalizaria que governistas teriam mais margem para tentar impedir a derrota no plenário da Câmara.
Analistas citam como mais um fator desfavorável ao governo a ameaça de debandada do PP. Segundo o deputado Jerônimo Georgen (PP-RS), até o início da noite deste domingo (10), nove diretórios estaduais do PP haviam fechado posição favorável ao impeachment, entre eles SP, RS, PR, GO e MG.
No cenário externo, os preços das commodities sobem, e o dólar perde terreno ante a maior parte das moedas. Além disso, crescem expectativas de novos estímulos à economia chinesa com o afrouxamento da política monetária.
DÓLAR
A moeda americana à vista perdia há pouco 2,72%, a R$ 3,5271, enquanto o dólar comercial recuava 1,89%, a R$ 3,5290. Em função do cenário político, o real é a moeda com maior valorização nesta segunda-feira entre as principais moedas globais.
O Banco Central realizou nova operação de swap cambial reverso, que equivale à compra futura de dólares pela autoridade monetária. Dos 20.000 contratos ofertados, foram leiloados apenas 7.700, o que foi insuficiente para conter a forte queda da moeda americana.
Às 11h14, após a cotação do dólar ter atingido o nível de R$ 3,50, o BC anunciou novo leilão de swap cambial reverso, ofertando os 12.300 que não foram leiloados mais cedo. Nesta segunda operação, foram aceitos 5.000 contratos.
O BC realizou ainda nesta sessão a rolagem parcial de swap cambial tradicional, aceitando 4.000 dos 5.500 ofertados. O swap cambial tradicional corresponde à venda futura da moeda americana pelo BC.
BOLSA
Depois de avançar 3,67% na sexta-feira com as expectativas sobre o impeachment, o Ibovespa subia 0,76% há pouco, aos 50.675,46 pontos. No setor financeiro, Banco do Brasil ON avançava 2,67%; Itaú Unibanco PN, +1,95%; Bradesco PN, +2,99%; Santander unit, -0,29%; e BM&FBovespa ON, +1,06%.
As ações da Petrobras tinham alta de 3,02%, a R$ 8,51% (PN) e de 0,66%, a R$ 10,56 (ON). Já as ações da Vale subiam 4,51%, a R$ 12,74 (PNA) e 4,67%, a R$ 17,00 (ON)).
JUROS
Os juros futuros recuavam também em função do cenário político. As projeções de menores pressões inflacionárias, evidenciadas no boletim Focus, do BC, contribuem para jogar as taxas para baixo. O contrato de DI para janeiro de 2017 caía de 13,800% na sexta-feira para 13,750%, e o contrato de DI para janeiro de 2021 saía de 13,750% para 13,570%.
O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e outro indicador da percepção de risco do país, caía 2,69%, para 379,564 pontos.
EXTERIOR
As expectativas de maiores estímulos à economia chinesa e a alta dos preços do petróleo e do minério de ferro colaboram para o bom humor nos mercados globais.
Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones avançava 0,43%; o S&P 500, +0,62% e o Nasdaq, +0,58%.
Na Europa, as Bolsas europeias também operavam no campo positivo: Londres (+0,09%); Paris (+0,47%); Frankfurt (+0,91%); Madri (+1,21%); e Milão (+1,17%).
Na Ásia, os índices chineses encerraram o pregão desta segunda-feira (11) com altas superiores a 1%, mas a Bolsa de Tóquio caiu após o dólar atingir a mínima de 17 meses ante o iene.
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Atualizado em 31/05/2024 | Fonte: CMA | ||
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