Equilíbrio fiscal não será sinalizado com passe de mágica, diz ministro
Pedro Ladeira - 5.abr.16/Folhapress | ||
O novo ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR) na tribuna do Senado |
O ministro do Planejamento Romero Jucá afirmou que o governo vai aprovar até o fim do mês uma nova meta de superávit fiscal do orçamento. Ele disse que vai analisar os números enviados pelo governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, que pediu para o Congresso permissão para fazer um déficit primário de R$ 96 bilhões no ano. Segundo ele, se uma nova meta não for aprovada, o governo vai parar.
"O governo trava em todos os seus gastos e isso não pode acontecer", disse Jucá.
Segundo o ministro, será feito um esforço "para, não num primeiro momento, num passe de mágica" sinalizar o equilíbrio fiscal que "é fundamental para a recuperação econômica". Para ele, superávit fiscal terá que ser trabalhado para ser conquistado "até 2018".
BASE
Segundo Jucá, que é senador pelo PMDB, a primeira prioridade do governo é formar uma base política que dê estabilidade e "garantia que medidas propostas serão aprovadas".
"Depois vamos mergulhar na ação da economia para retomar a credibilidade do governo, investimento, crescimento econômico e o ajuste fiscal", disse o novo ministro. "A segurança jurídica tem que voltar a dar garantia aos investidores internos e externos".
Jucá lembrou que o governo tem também os desafios de reverter os quadros de inflação e desemprego e que isso só se dará com expectativa positiva.
"Temos que reorientar a direção do Brasil para que o Brasil volte a crescer", disse o Ministro.
Ele afirmou ainda que medidas serão anunciadas na próxima semana. Segundo ele, o governo tem que tomar as medidas com cautelas porque precisa recuperar sua credibilidade.
"O que o governo disser, tem que acontecer. Não pode ser como era no passado que o governo falava, nada acontecia e o descrédito se tornava algo rotineiro".
Segundo ele, o corte de cargos comissionados informado pelo presidente interino Michel Temer será "em grande número" mas não informou qual. Jucá não respondeu pergunta sobre a investigação em relação a ele na Operação Lava Jato.
LENIÊNCIA
Jucá afirmou ainda que o governo Michel Temer vai trabalhar para a negociação dos acordos de leniência com empresas envolvidas em escândalos de corrupção.
Segundo ele, não se pode "tirar emprego de quem não tem culpa da corrupção de alguns dirigentes" e, por isso, as empresas precisam fechar os acordos e "continuar funcionando".
O novo ministro disse que "ainda não é hora" de discutir aumento de impostos, mas não descartou a medida como "remédio amargo no futuro".
"Isso pode ser discutido no futuro, como remédio amargo de transição. Mas agora, no primeiro momento, temos que focar em outras ações para gerar empregos e fazer o crescimento voltar", disse Jucá após tomar posse no Planalto.
ELETROBRÁS
Jucá afirmou ainda que no próximo dia 18 a Eletrobrás precisa apresentar um balanço nos Estados Unido e é preciso fazê-lo "sem ressalvas" para não gerar uma "quebra de avaliação e um impacto no resgate de bônus de R$ 20 a R$ 40 bilhões".
Segundo o novo ministro, a situação é "preocupante" porque o relatório ainda não foi aprovado e a CVM americana não aceita balanço com ressalvas.
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