Gisele conseguiu transformar-se em marca que vale mais que ser modelo
Nelson Almeida - 4.nov.2014/AFP Photo | ||
Gisele Bündchen desfila coleção de inverno de 2015 em São Paulo |
Ninguém contestaria que o sucesso duradouro que a brasileira Gisele Bündchen conquistou em um negócio cruel (no qual a carreira média de uma modelo pode ser calculada, com otimismo, em cinco anos) depende em larga medida de sua beleza.
Mas, como corretamente observou Angela Missoni, diretora de criação da empresa de sua família, "existem muitas, muitas mulheres lindas no mundo cujos nomes ninguém lembra. Com Gisele, há alguma coisa diferente.
Ela também tem carisma, tem presença, tem uma normalidade muito sexy".
Normalidade sexy é uma maneira curiosa de definir alguém cujas passadas -que ela ensinou recentemente ao apresentador de talk show Jimmy Fallon- fazem outras modelos parecer robôs.
E parece muito distante das imagens exibidas em "Gisele Bündchen" (Taschen, US$ 69,99), livro de 536 páginas que reúne, com tamanho de lápide, imagens da modelo ao longo de sua carreira.
A modelo, que apareceu 11 vezes na capa da "Vogue" americana, tem um patrimônio pessoal estimado em mais de US$ 300 milhões e desfruta de uma entrada diária de caixa calculada pela revista "Forbes" em US$ 128 mil.
Durante um ano que ela define como sabático, mantém mesmo assim contratos com Pantene, Procter & Gamble, Under Armour, Chanel No. 5. Carolina Herrera, Emilio Pucci e Balenciaga, e seu nome aparece em produtos que variam de chinelos a roupas de baixo.
Bündchen dá entrevista no confortável sofá branco de seu apartamento de US$ 14 milhões, no 48º andar de um edifício na Madison Square, em Manhattan. Por trás de uma parede de vidro, às costas dela, vê-se boa parte da cidade e, do lado de lá do rio Hudson, Nova Jersey.
A MARCA GISELE
Quando a mulher Gisele Bündchen fala da marca internacional Gisele Bündchen, ela tende a atribuir seu sucesso ao esforço, a um ímpeto que a acompanha desde a infância. "Sou gêmea, do signo de câncer, e sempre tomo conta dos outros", ela disse, me oferecendo água, ou chá.
"Sempre fui a consertadora em minha família, a pessoa responsável", ela disse. "Sempre trabalhei muito, jamais me atrasei para um trabalho em minha vida. De verdade. Pode perguntar."
Quando as pessoas do setor falam sobre Bündchen, os elogios mais comuns se referem menos à sua beleza do que ao seu bom humor incansável, à sua inteligência astuta, se bem que informal, e a uma energia quase animal.
"Gisele sempre me pareceu superprofissional e agradável, mas com uma compreensão de que seu papel ia além de simplesmente aparecer: ela tinha de desempenhar", disse Joe McKenna, estilista responsável por algumas das campanhas de moda mais influentes das últimas décadas.
"Ela sempre compreendeu que 'Gisele Bündchen' podia ser um negócio. E, ainda que eu odeie a palavra branding, é exatamente disso que ela sempre esteve consciente."
E, embora sua história não vá aos extremos da trajetória da multimilionária modelo russa Natalia Vodanova, que começou a vida vendendo maçãs na beira da estrada em Nizhny Novgorod, Bündchen vem de uma família modesta, ainda que solidamente de classe média, e está consciente da distância psíquica e econômica entre o mundo provinciano em que nasceu e o imponente em que hoje vive.
Criada por uma mãe corretora de imóveis e uma pai caixa de banco em uma cidade de médio porte no Rio Grande do Sul, Bündchen tem uma irmã gêmea, em uma família de seis meninas que cresceram usando as roupas deixadas pelas mais velhas. "Quando era criança, nunca pensava em moda", Bündchen. "Tinha uma calça jeans e só."
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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