Temer quer compensar corte de gastos com 'medidas positivas'
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
O presidente interino, Michel Temer, e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante reunião no Palácio do Planalto, em Brasília |
O presidente interino, Michel Temer (PMDB-SP), pediu à sua equipe que inclua no seu primeiro pacote econômico medidas para destravar o investimento e buscar uma recuperação do crescimento nos próximos meses.
Segundo a Folha apurou, Temer disse a seus ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Romero Jucá (Planejamento) que deseja anunciar também "medidas positivas e propositivas" para o país, além das que visam controlar os gastos públicos.
O pedido foi feito no sábado (21) durante reunião em São Paulo. Meirelles e Jucá acionaram assessores para acelerar os estudos nessa área e tentar pôr no pacote que será anunciado nesta terça (24) ações legais para impulsionar o investimento produtivo.
A princípio, as primeiras medidas econômicas do governo Temer seriam focadas no controle de gastos federais, como a criação de um limite para o aumento das despesas públicas e a redução de determinados dispêndios da União.
Segundo um assessor, o governo federal vai entrar numa nova etapa, em que será essencial travar a expansão dos gastos públicos, que saíram de controle nos últimos anos do governo Dilma Rousseff.
Esse descontrole levou a equipe de Temer a mudar a meta fiscal e prever que a União possa fechar este ano com um deficit primário de R$ 170,5 bilhões. A previsão do governo Dilma era um rombo de R$ 96,7 bilhões.
RENAN
Nesta segunda (23), Temer irá entregar pessoalmente a proposta de nova meta ao presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), para fazer um apelo para sua aprovação ainda nesta semana.
Tecnicamente, caso isso não ocorra, o governo teria de baixar no final desta semana um decreto para cumprir a meta ainda em vigor, que prevê um superavit de R$ 24 bilhões, o que levaria a um bloqueio de gastos da ordem de R$ 138 bilhões -montante considerado inviável.
No encontro com Renan, Temer vai sinalizar que, no dia seguinte, lançará o pacote econômico visando reduzir o rombo de R$ 170,5 bilhões em 2016 e também nos próximos anos, além de notícias positivas para evitar que só propostas negativas sejam lançadas nesta largada.
A equipe também analisa medidas de aumento de tributos e venda de ativos. Essas ações, porém, não serão anunciadas no curto prazo. O governo quer, primeiro, convencer sua base aliada da necessidade de elevar tributos antes de anunciá-la.
Já a venda de ativos demanda mais tempo para ser preparada e lançada.
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