Banco Mundial reduz previsão de crescimento mundial em 2016
Zanone Fraissat - 03.set.2015/Folhapress | ||
Valorização do dólar afeta exportações dos EUA, que devem crescer 0,8% a menos do que o esperado |
O Banco Mundial reduziu suas previsões de crescimento global, em um contexto de atividade "anêmica" nos países ricos e de incertezas nas economias emergentes.
O Produto Interno Bruto mundial deverá crescer somente 2,4% neste ano, marcando uma estagnação em relação a 2015 e uma piora em comparação a janeiro, quando o BM ainda previa um crescimento de 2,9%.
Para 2017, a instituição não se mostra otimista e reduziu sua previsão em 0,3 ponto percentual, a 2,8%.
"Os mercados emergentes e os países em desenvolvimento exportadores de matérias-primas têm dificuldades para se adaptar aos baixos preços do petróleo e de outros produtos básicos", escreve o Banco.
"O crescimento econômico continua sendo o fator mais importante na redução da pobreza, e é por isso que nos preocupa que o crescimento se reduza nos países em desenvolvimento que exportam matérias-primas, devido à queda dos preços", disse o presidente do BM, Jim Yong Kim.
"Esse crescimento fraco evidencia por que é importante para esses países desenvolver políticas que estimulem o crescimento econômico a fim de melhorar a vida de quem vive na extrema pobreza", acrescentou.
A China deve continuar crescendo solidamente neste ano (6,7%), enquanto a Índia deve chegar aos 7,6%. Já Brasil e Rússia devem registrar recessões piores do que o previsto: -4,0% e -1,2%, respectivamente.
Entre os países ricos, os Estados Unidos crescerão 0,8 ponto percentual a menos do que o esperado, a 1,9%, por causa da valorização do dólar, que afeta suas exportações, e da crise da indústria extrativa, atingida por um petróleo barato.
A zona do euro deve se beneficiar de um "modesto impulso" que manteria seu crescimento em 1,6% neste ano.
A publicação do Banco Mundial tem menos prestígio que a do FMI. Um dos motivos é a periodicidade: o Banco Mundial levou seis meses para revisar sua projeção anterior, enquanto o Fundo demorou quatro meses para alterar sua estimativa anterior.
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