Mercados se recuperam com redução das apostas de 'Brexit'; Bolsa sobe 1%
Paul Faith/AFP | ||
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Cartaz da campanha pela permanência na UE é colocado na fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte |
As Bolsas globais se recuperaram, e o dólar perdeu força frente às demais moedas nesta quinta-feira (16), após o assassinato de uma deputada britânica reduzir as apostas de saída do Reino Unido na União Europeia no referendo que será realizado no próximo dia 23.
A deputada trabalhista Jo Cox era defensora da permanência na UE. Segundo relatos iniciais, o agressor de Cox teria gritado "Reino Unido primeiro", um lema da ultradireita britânica. As campanhas para o referendo foram suspensas após o crime.
O temor de saída do Reino Unido da UE tem tirado o sono de investidores, que temem o enfraquecimento do bloco europeu e, consequentemente, uma maior desaceleração da economia mundial. As últimas pesquisas de opinião apontam que a maioria dos britânicos tende a votar pelo "Brexit", ou seja, a saida do Reino Unido do bloco europeu.
As Bolsas europeias reduziram as perdas no fechamento do pregão, antes da confirmação da morte de Cox. A Bolsa de Nova York passou a subir, movimento que foi acompanhando pelo Ibovespa. O dólar comercial fechou em leve alta ante o real.
"A Bolsa seguiu o movimento externo, já que a comoção gerada pela morte da parlamentar britânica pode criar um clima favorável à permanência do Reino Unido na UE", comenta o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos.
Em Nova York, o índice S&P 500 terminou a sessão em alta de 0,31%; o Dow Jones, +0,53%; e o Nasdaq, +0,21%.
Na Europa, após ter caído mais de 1%, a Bolsa de Londres encerrou em baixa de 0,27%; a de Paris, -0,45%; Frankfurt, -0,59%; Madri, -0,62%; e Milão, -0,98%.
Pela manhã, o Banco da Inglaterra (banco central do Reino Unido) havia alertado que o "Brexit" pode afetar a economia do país e desvalorizar profundamente a libra. Além disso, instituto Ipsos Mori apontou que 53% dos eleitores querem deixar o bloco, contra 47% que querem permanecer.
BOLSA
O Ibovespa iniciou o pregão em baixa, seguindo o mau humor externo, mas fechou em alta de 1,02%, aos 49.411,62 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6 bilhões
O principal índice da Bolsa paulista subiu apesar das incertezas no cenário político. Nesta manhã, o presidente interino, Michel Temer, fez um pronunciamento para se defender de acusação do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado. Em delação premiada, Machado afirmou que Temer teria negociado o repasse de R$ 1,5 milhão de propina para a campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo em 2012, pelo PMDB.
"No instante em que estamos fazendo um esforço extraordinário, surge um fato leviano como esse para embaraçar o ambiente político", disse o presidente interino.
Para analistas, o surgimento do nome de Temer na delação premiada de Machado preocupa os investidores, mas não deve afetar a governabilidade. "O que veio à tona até o momento não é suficiente para inviabilizar o governo Temer", avalia Ignacio Crespo Rey, economista da Guide Investimentos.
No final do pregão, saiu a notícia de que o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, avisou ao presidente interino, Michel Temer, que vai deixar o cargo. Ele é acusado pela Procuradoria Geral da República de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.
Mesmo com a forte queda de 4% nos preços do petróleo nesta sessão, as ações PN da Petrobras fecharam em queda de apenas 0,11%, a R$ 8,50, e as ON ganharam 1,22%, a R$ 10,77.
Os papéis PNA da Vale perderam 0,08%, a R$ 12,18, e os ON subiram 1,53%, a R$ 15,23.
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subiu 1,82%; Bradesco PN, +1,50%; Banco do Brasil ON, +0,55%; Santander unit, +1,86%; e BM&FBovespa ON, -0,37%.
CÂMBIO E JUROS
O dólar comercial fechou em alta de 0,08%, a R$ 3,4710, após ter atingido a máxima de R$ 3,5120 pela manhã. A moeda americana à vista, que encerra a sessão mais cedo, teve ganho de 0,44%, a R$ 3,4717.
"A perspectiva de que o banco central americano deverá aumentar os juros apenas uma vez neste ano é um fator de baixa para o dólar. Por outro lado, o temor do 'Brexit' não deixa a moeda recuar", comenta Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor.
No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subiu de 13,745% para 13,775%, enquanto o DI para janeiro de 2021 avançou de 12,670% para 12,700%.
O Banco Central reduziu as projeções de inflação para 2017 e estima que o IPCA (índice de preços ao consumidor) chegará ao centro da meta de 4,5% no fim do próximo ano, na hipótese de manutenção da taxa de câmbio em R$ 3,60 e da taxa básica de juros em 14,25% ao ano. As projeções fazem parte da ata da última reunião do Copom (Comitê de Politica Monetária) do BC, ainda sob a presidência de Alexandre Tombini,
Segundo a ata do BC, se os juros caírem, como prevê o mercado financeiro, a inflação fica acima dos 4,5%.
O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, perdia 1,09%, aos 350,988 pontos.
ÁSIA
Na Ásia, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio perdeu 3,05%, após o banco central japonês não ter anunciados novos estímulos econômicos, mesmo com a inflação e o crescimento mundial fracos. Com isso, o iene disparou ante o dólar.
Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve queda de 0,7%.
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Atualizado em 14/06/2024 | Fonte: CMA | ||
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