Ser Educacional sobe a R$ 1 bi oferta de dividendo em fusão com Estácio
Marisa Cauduro/Folhapress | ||
Alunos do curso de administração no grupo Kroton em 2013; grupos disputam Estácio |
Em mais um capítulo da novela sobre o futuro do ensino superior privado no Brasil, a Ser Educacional, nona no ranking do setor, aumentou sua proposta pela fusão com a vice-líder Estácio, que também está sendo cobiçada pela líder Kroton.
Nesta quarta-feira (29), a Ser elevou para R$ 1 bilhão a proposta que havia feito no início de junho, em que oferecia R$ 590 milhões como prêmio aos acionistas da Estácio para unir as duas empresas. A proposta melhorada representa um aumento de R$ 1,92 para R$ 3,25 por ação da Estácio na distribuição dos dividendos aos atuais acionistas da rede fluminense.
A empresa disputa com a Kroton a aquisição da Estácio. Segundo Janguiê Diniz, fundador e maior acionista da Ser Educacional, a oferta da Kroton precipitou a proposta de sua companhia.
Ensino a distância e presencial
O ponto mais delicado nas negociações entre Ser e Estácio era a composição do conselho do que seria a nova companhia, pois Chaim Zaher, presidente e acionista da Estácio, vinha sinalizando que não estava disposto a ceder o comando. Com relação a esse ponto, a nova proposta deixa claro que a Ser não está flexível.
"O conselho de administração da Ser Educacional indicará o CEO (diretor-presidente) da companhia combinada e este, por sua vez, indicará os demais membros da diretoria", afirma o comunicado. Já a composição acionária de uma eventual fusão ficaria semelhante à proposta inicial: participação dos acionistas atuais da Estácio em 68,7% e dos acionistas atuais da Ser Educacional em 31,3% em seu capital social total.
A nova proposta está sendo avaliada pelo conselho da Estácio, que deve apresentar um parecer nesta quinta-feira (30), não só sobre a nova manifestação da Ser como também sobre as intenções da Kroton, que também já haviam sido elevadas. Pessoas envolvidas nas negociações afirmam que existe uma expectativa de que a Kroton faça uma nova elevação de proposta, embora a companhia negue.
A Kroton começou com uma proposta em que as duas empresas se fundiriam e os atuais acionistas da Estácio receberiam ações da Kroton. Cada ação com voto da Estácio valeria 0,977 da ação da líder do setor. Como a relação foi considerada insuficiente pela Estácio, a Kroton elevou o número para 1,25 ação de sua emissão por papel da rival. Mas ainda ficou longe do 1,6 que a família Zaher, uma das principais acionistas, gostaria de alcançar ou do 1,4 que poderia ser considerado meio-termo.
A família Zaher é a segunda maior acionista da Estácio, com aproximadamente 13% de participação. Representada por seu assessor financeiro, Nelson Rocha Augusto, a família tem conversado com bancos e pretende oferecer cerca de R$ 2 bilhões aos fundos que são acionistas da Estácio em troca de elevar a participação familiar para 51% e impedir a venda à Kroton, conforme a Folha antecipou.
A notícia de que a família poderia elevar sua participação gerou desconforto dentro do conselho da empresa. Também indispôs Chaim Zaher, hoje presidente da Estácio, e outros sócios da rede, investidores institucionais que também têm papéis da Kroton, e que já deram sinais de que estão de acordo com a união com líder do setor.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) determinou nesta quarta-feira que os representantes da família decidam por uma oferta pública para compra do controle da Estácio em até 20 dias ou informe ao mercado que não pretende realizar a oferta pelos próximos seis meses.
ESTUDANTE CONCENTRADO - Quantidade de fusões e aquisições no Brasil
KROTON /1º TRI.2016
Receita líquida: R$ 1,27 bilhão
Lucro líquido: R$ 505,9 milhões
Dívida líquida: R$ 137,2 milhões
Número de matrículas: 961.082 (2014)
Marcas: Anhanguera, Pitágoras, Unic, Unime
ESTÁCIO/ 1º TRI.2016
Receita líquida: R$ 793 milhões
Lucro líquido: R$ 128,5 milhões
Dívida líquida: R$ 568,9 milhões
Número de matrículas: 409.586 (2014)
Marcas: Estácio
SER /1º TRI.2016
Receita líquida: R$ 285 milhões
Lucro líquido: R$ 85,9 milhões
Dívida líquida: R$ 323 milhões
Número de matrículas: 105.469 (2014)
Marcas: Faculdade Maurício de Nassau, Faculdades Integradas do Tapajós - FIT, Unama - Universidade da Amazônia
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