Indicados para o BC defendem intervenções pontuais no câmbio
Os quatro indicados para a nova diretoria do Banco Central afirmaram ser contrários a um sistema cambial totalmente livre de intervenções.
A questão cambial é um dos principais temas discutidos nesta terça-feira (5) na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, durante a sabatina dos indicados para assumir cargos na diretoria do BC.
Reinaldo Le Grazie, indicado para a Diretoria de Política Monetária da instituição, afirmou que a volatilidade no câmbio nos últimos tempos tem sido maior do que a média, devido à instabilidade de uma série de fatores, como inflação e taxa de juros, por exemplo.
"Sei que isso é ruim para a sociedade como um todo, em especial para a indústria. A gente precisa reduzir a volatilidade", afirmou Le Grazie.
"O câmbio flutuante é a melhor maneira de a gente equilibrar o cenário como um todo. Livre flutuação lato sensu não é o padrão no mundo. O Brasil não deve ter uma livre flutuação total. A flutuação é com intervenções pontuais, quando distorções aparecerem."
Le Grazie disse ainda que intervenções pontuais são saudáveis, desde que não alterem a trajetória da moeda, que é definida por vários fatores, como oferta, demanda e competitividade da economia.
Sobre as reservas internacionais, o economista repetiu a fala do presidente do BC, Ilan Goldfajn, de que, no futuro, o Brasil deve discutir o nível ideal desse seguro de acordo com questões de custo e benefício.
O diretor disse ainda que o BC vai intervir por meio da redução do estoque de swaps cambiais (o equivalente à venda de moeda estrangeira), como tem feito nesta semana, em ritmo compatível com o normal funcionamento do mercado.
Tiago Berriel, indicado para a área internacional do BC, afirmou que o câmbio não é uma ferramenta de controle da inflação, mas um preço influenciado por vários fatores e que o papel da instituição é atuar na questão do excesso de volatilidade.
Carlos Viana de Carvalho, que deverá assumir a Diretoria de Política Econômica, disse que intervenções cumprem o papel de tentar normalizar o funcionamento do mercado.
Isaac Sidney Menezes Ferreira, atual procurador do BC, e que deve ir para a Diretoria de Relacionamento Institucional e Cidadania, defendeu um câmbio flutuante, mas com a necessária ação do BC para controlar a volatilidade e regular o funcionamento desse mercado.
"Não adotamos no Brasil uma meta para taxa de câmbio, mas, quando as circunstâncias indicarem, o BC deve atuar para regular o funcionamento do mercado de cambio", afirmou.
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