Inflação desacelera em junho e fica em 0,35%
A inflação desacelerou em junho, ao registrar 0,35%, divulgou nesta sexta-feira (8) o IBGE. A taxa ficou abaixo da verificada em maio, quando o IPCA, o indicador oficial de inflação do país, foi de 0,78%.
O resultado veio ligeiramente abaixo do centro das estimativas dos analistas consultados pela agência Bloomberg, que previam IPCA de 0,37% em junho.
Inflação - Variação do IPCA, em %
O dado do mês passado foi o menor verificado desde agosto de 2015 (0,22%). Em junho do ano passado, o índice esteve em 0,79%
No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação continua alta —8,84%, acima, portanto, do teto da meta do governo, de 6,5%. O resultado ficou ligeiramente abaixo do que previam os analistas (8,87%).
Nos seis primeiros do ano, a inflação está em 4,42%.
Houve desaceleração generalizada nos preços dos produtos consumidos no país. Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo instituto apresentaram taxa mais baixa em junho em relação a maio.
O destaque positivo coube à habitação —que incluiu aluguel e taxas de luz, gás e água—, que registrou inflação de 0,63% em junho, após ter subido 1,79% no mês anterior.
A taxa de água e esgoto, que havia subido 10,37% em maio, teve alta muito menor, de 2,64% em junho. Embora tenha desacelerado, o nível do indicador continua alto, motivado principalmente por reajustes nas contas de água em Salvador, Brasília, Belo Horizonte e São Paulo.
O indicador mostrou que houve alívio nos preços administrados —aqueles que são controlados por governos— e também nos alimentos, que, embora resistam a cair, registraram desaceleração.
ALIMENTOS
A alimentação, que tem pesado no bolso do consumidor nos últimos meses, desacelerou pouco —de 0,78% em maio para 0,71% em junho.
O feijão continua em expressiva alta. O quilo do tipo carioca aumentou 41,78% em junho. Já o tipo mulatinho teve alta de 34,15%.
DEZ MAIORES ALTAS DE PREÇO - Variação acumulada em jun.2016, em %
A batata-inglesa, algoz nos últimos meses, aumentou 2,45% em junho. Em maio, a alta havia sido de 19,12%. O litro de leite longa vida subiu de preço, com alta de 10,16% em junho, após ter tido alta de 3,43% em maio.
DEFLAÇÃO
O segmento de transportes foi o único que apresentou deflação, que é queda de preço. A redução em junho, no entanto, foi menos intensa relação a maio.
Os transportes, grupo que inclui passagens aéreas e combustíveis, caíram 0,53%, abaixo da queda de 0,58% de maio.
A gasolina teve queda de 1,22%. O automóvel novo apresentou redução de preço de 0,90%. A passagem aérea caiu 4,56%.
DEMANDA
A crise econômica teve, em junho, impacto mais visível na inflação do que em meses anteriores, afirmou a técnica da coordenação de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
O desemprego em alta no país leva à redução do consumo pela população em geral. Até junho, o efeito da demanda mais baixa no preço dos produtos era menos perceptível em razão da alta constante dos alimentos.
Com a desaceleração, ainda que tímida, dos alimentos, fica mais clara a queda no preço de certos produtos e serviços, explica Eulina.
É o caso das passagens aéreas (-4,56%), boate e danceteria (-2%), excursão (-1,84%) e hotel (-1,43%), serviços ligados ao lazer. Bens duráveis também tê tido menos procura. Eletrodomésticos, por exemplo, tiveram queda de 0,57%. Automóvel novo recuou 0,90%. Seguro de veículo teve queda de 1,25%.
"As pessoas estão consumindo menos e isso tem influência no preço cobrado pelos produtos. Em junho o efeito demanda ficou mais claro, principalmente pela queda de produtos e serviços não considerados essenciais", disse.
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