Atrasos afetam empregos, afirmam construtoras
Entre as despesas cujo pagamento está sendo represado pelos Estados estão obras e investimentos.
Construtores afirmam que a dificuldade em receber dos governos regionais está agravando as demissões no setor.
Segundo a Aeerj (Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro), as construtoras associadas informaram que extinguiram 12 mil vagas nos últimos dez meses.
Segundo o IBGE, o setor da construção perdeu 90 mil vagas em todo o país no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Presidente da construtora carioca Tecnosolo, Marcelo Carneiro diz que demitiu 500 pessoas neste ano. Ele culpa os atrasos nos pagamentos e um impasse com a Prefeitura do Rio pelos cortes.
Por uma obra de contenção de encostas que faz em parceria com a construtora Oriente para o governo do Estado do Rio em Duque de Caxias-RJ, Carneiro afirma que está "recebendo pingado".
O resultado no canteiro de obras, diz, é que a construção demora mais, pois a contratação de pessoal e compra de materiais são comprometidos.
Outra obra, do Velódromo Olímpico para a Prefeitura do Rio, teve a parte final do contrato cancelada. Ele ingressou com ação na Justiça, mas ainda não recebeu tudo o que afirma ter direito.
"Nos tempos áureos, quando pegávamos 70 contratos, os que pagavam compensavam os que não pagavam. Mas hoje ninguém paga", diz.
A principal preocupação dos construtores, além de receber pelo que já foi entregue, é a esperada seca de novos projetos após a Olimpíada.
"As últimas obras acabam neste mês. A partir daí, não há trabalho nem para pintar rodapé", diz Carneiro.
OUTRO LADO
Em nota, o Estado do Rio atribui o atraso nos pagamentos à queda da receita. "Com deficit de R$ 19 bilhões em 2016, o Estado não tem apresentado fluxo de caixa suficiente sequer para honrar a folha integral de pagamento na data estipulada", informou a secretaria de Fazenda.
A Prefeitura do Rio afirmou que "não há qualquer represamento de pagamentos, seja a fornecedores, funcionários, instituições financeiras nem precatórios".
Sobre o cancelamento do contrato com a Tecnosolo, a Prefeitura afirma que a empresa "não teve condições de continuar como responsável técnica pelas obras do Velódromo" e informou que já pagou R$ 101 milhões pelo trabalho, o que representa dois terços da obra.
QUANTO CADA ESTADO REPRESOU EM PAGAMENTOS NESTE ANO - De janeiro a abril, em R$ milhões
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 25/04/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | -0,07% | 124.646 | (17h36) |
Dolar Com. | +0,29% | R$ 5,1640 | (17h00) |
Euro | +0,48% | R$ 5,541 | (17h31) |