Misterioso, empresário chinês quer criar 'unicórnio' gigante
Bobby Yip/Reuters | ||
O bilionário Guo Guangchang, presidente-executivo do grupo chinês Fosun |
Depois do misterioso desaparecimento do seu fundador no fim do ano passado, o conglomerado chinês Fosun voltou a ganhar destaque nos últimos dias, mas agora por uma série de aquisições internacionais, inclusive a da gestora brasileira Rio Bravo Investimentos.
Nas últimas duas semanas, além de adquirir o controle da Rio Bravo (por valor não revelado), a Fosun comprou participação em uma empresa farmacêutica indiana, a Gland Pharma, por US$ 1,26 bilhão, e anunciou planos para obter participação acionária no maior banco português, o BCP. Para fechar a conta, ainda levou o Wolverhampton Wanderers, time da segunda divisão inglesa.
Fundada há 24 anos, com um capital de 38 mil yuans (R$ 18 mil), por um grupo de colegas da prestigiosa Universidade Fudan, da China, a Fosun anunciou mais de US$ 15 bilhões em aquisições internacionais de 2010 para cá, segundo a Bloomberg.
A estratégia da empresa é liderada por Guo Guangchang, presidente do conselho e um de seus fundadores.
Guo, muitas vezes descrito como o Warren Buffett da China, é a 19ª pessoa mais rica de seu país, de acordo com ranking da revista "Forbes".
Ele cita o americano Buffett, dono da quarta maior fortuna global e conhecido como "o sábio da Omaha", como uma de suas inspirações, em companhia do grupo GE e do banco de investimento Goldman Sachs.
Em uma abordagem de duas velocidades, o executivo instou por avanços lentos no futuro desenvolvimento, a fim de refinar os produtos e serviços de sua companhia de US$ 60 bilhões, mas ao mesmo tempo por agir rápido para aproveitar oportunidades.
"Quando temos um produto muito bom, alocaremos todos os recursos para que possa se desenvolver rapidamente e se tornar um 'unicórnio'. A Fosun terminará por se transformar em um gigantesco 'unicórnio', com imenso poder", disse Guo.
O termo "unicórnio" é usado tipicamente para descrever start-ups de tecnologia que atinjam valor superior a US$ 1 bilhão.
MISTÉRIOS
Guo desapareceu por diversos dias no fim do ano passado, em meio a uma campanha de repressão à corrupção pelas autoridades chinesas, que tomou por alvo altos funcionários do governo e executivos de grandes empresas.
O desaparecimento dele causou especulações de que tivesse caído vítima da campanha contra a corrupção, assustando os investidores e as empresas que fazem negócios com a Fosun.
A empresa informou que o presidente de seu conselho estava "auxiliando em determinadas investigações" conduzidas pelas autoridades, sem fornecer outros detalhes.
Guo é bem relacionado politicamente e é membro de um órgão de discussão que é parte da estrutura governamental controlada pelo Partido Comunista.
Mas o executivo voltou à atividade a pleno vapor, a julgar de suas mais recentes transações.
A Fosun acaba de anunciar a aquisição da Rio Bravo (que tem entre seus fundadores Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central), e sua divisão farmacêutica comprou 86% da Gland Pharma, da Índia. Essas duas transações fazem parte de uma campanha para expandir sua atuação nos países emergentes.
"Nossa presença estratégica nos Estados Unidos e na Europa está relativamente completa. Nos mercados emergentes, ela apenas começou", disse Guo.
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