Lava Jato é um risco conhecido e mensurado para bancos, diz BC
A Operação Lava Jato representa um risco "conhecido" e "mensurado" para os bancos brasileiros, segundo a avaliação do Banco Central. O sistema financeiro tem capacidade de absorver os impactos da operação, de acordo com o governo.
O Banco Central divulgou nesta quinta-feira (15) o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre de 2016.
O documento, que analisa as perspectivas do Sistema Financeiro Nacional e o grau de resistência a eventuais choques, não trouxe avaliação específica sobre a Lava Jato, mas o diretor de fiscalização do Banco Central, Anthero de Moraes Meirelles, disse que a avaliação é a mesma do início de 2015, quando a instituição mencionou a operação no relatório.
"É um risco, mas um risco que o sistema tem capacidade de absorver. Parte desses riscos se materializaram, algumas empresas entraram em recuperação judicial, coisa dessa natureza. É um risco conhecido, mensurado, e que o sistema tem capacidade de absorver."
O diretor esclareceu que a Lava Jato não deixou de ser uma preocupação. "Continuamos acompanhando potenciais efeitos dessa operação no sistema", reforçou.
CRÉDITO
O documento aponta, ainda, que, enquanto a economia brasileira enfrenta a pior recessão dos últimos anos e as famílias e empresas têm dificuldade para pagar dívidas, os bancos aumentaram as renegociações e e reestruturações de dívidas atrasadas.
"O fluxo mensal de reestruturações de dívidas vem crescendo desde o último trimestre de 2015 e alcançou o maior nível da série histórica em junho de 2016", informou.
Em junho deste ano, o percentual de reestruturação para pessoa física foi de 2,77% e para pessoa jurídica, 1,87%. No mesmo período, as renegociações para pessoa física foram de 11,26% e para empresas, 7,12%. Na definição do Banco Central, as renegociações são aquelas feitas em parâmetros normais de mercado em relação a prazos, taxas e demais condições de pagamento
A reestruturação das dívidas vem aumentando em todas as modalidades, segundo o BC, mas cresce com maior intensidade nas operações de financiamento imobiliário. "É um movimento que pode ser benigno. É uma tentativa de recuperar um crédito que, da forma como negociado originalmente, poderia dar problema", afirmou Anthero.
Na reestruturação da dívida, o banco faz uma negociação que não faria normalmente e busca, por exemplo, reduzir juros ou dar um prazo de carência para "salvar a operação".
Para pessoa física, as modalidades que apresentaram o maior crescimento na proporção de operações inadimplentes ou reestruturadas são financiamento de veículos, cartão de crédito e financiamento imobiliário. Para o Banco Central, esse aumento é reflexo da conjuntura econômica desfavorável e das condições adversas do mercado de trabalho.
No comportamento das empresas, chamou atenção do Banco Central o volume recorde de requerimentos de recuperação judicial no primeiro semestre. Foram mais de mil empresas neste ano. Isso é resultado, segundo o governo, da crise econômica.
"O ambiente macroeconômico de recessão explica queda da rentabilidade [dos bancos], pedidos de recuperação das empresas, dificuldades em geral", afirmou Anthero.
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