Obra comprada por ex-dono do falido Banco Santos é leiloada por R$ 42 mi
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"Hannibal", obra de Jean-Michel Basquiat |
Descoberta pela polícia dos Estados Unidos quando estava escondido num galpão em Nova York como se não valesse nada, o conteúdo do pacote se revelou para lá de valioso: a tela do artista americano Jean-Michel Basquiat (1960-1988), que pertenceu ao ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, foi vendida na última sexta-feira (7) em Londres por £ 10,565 milhões, o equivalente a R$ 42 milhões.
O preço final da tela, que será usado para pagar os credores do Banco Santos de Edemar, foi mais do que o dobro da avaliação da casa de leilões Sotheby's, de £ 3,5 milhões a £ 4,5 milhões.
O ex-banqueiro comprou o Basquiat em 2003, por US$ 680 mil. A obra do artista teve uma valorização espetacular porque o mercado de arte voltou a se aquecer nos últimos anos.
O trabalho estava escondido num galpão porque Edemar tirara do país as obras mais caras de sua coleção para não serem sequestradas pelas autoridades, conforme a Folha revelou em 2006 –o que ele nega enfaticamente.
Em novembro de 2014, o Banco Santos quebrou, deixando um rombo de R$ 3,2 bilhões, dos quais R$ 1,2 bilhão já foi recuperado, de acordo com Vânio Aguiar, administrador da massa falida.
Só em obras de arte desviadas a massa falida já conseguiu recuperar, além do Basquiat, peças vendidas por R$ 14 milhões, entre os quais trabalhos de Fernand Léger, Torres-García e Roy Lichtenstein.
"Hannibal", o trabalho de Basquiat, foi encontrado pela polícia dos Estados Unidos em 2008, mas a sua volta ao Brasil foi cercada de percalços, de acordo com Aguiar.
Segundo ele, Edemar tentou evitar que a obra voltasse ao país por meio de recursos à Justiça, feito em nome de empresa offshore em nome de um laranja do ex-banqueiro.
A busca das obras nos EUA foi feita a partir da reportagem publicada pela Folha.
A Sotheby's vendeu ainda na sexta (7) por £ 581 mil (R$ 2,3 milhões) um trabalho do pintor alemão Georg Baselitz que foi de Edemar e estava fora do país.
Em 2006, Edemar foi condenado a 21 anos de prisão por crimes contra o sistema financeiro, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e lavagem de dinheiro.
Em maio de 2015, o Tribunal Regional Federal, que julga recursos da Justiça federal, anulou todos os interrogatórios da ação por erros processuais. O efeito prático da anulação é que os crimes de Edemar terão prescritos quando os interrogatórios forem refeitos pela Justiça.
OUTRO LADO
Edemar diz que as obras foram vendidas antes de o banco sofrer intervenção, o que é legal. Sobre a acusação do uso de laranja, o advogado dele, Arthur Sodré Prado, diz que ele não é laranja e que comprou a obra legalmente.
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