Desemprego cresce mais entre os negros em São Paulo, diz Dieese
O impacto negativo da recessão sobre o mercado de trabalho na Região Metropolitana de São Paulo foi mais intenso sobre a população negra, especialmente entre as mulheres e jovens.
Na passagem de 2014 para 2015, a taxa média de desemprego do grupo todo avançou de 12% para 14,9%, contra alta de 10,1% para 12% entre as populações não negras, conforme estudo divulgado nesta quinta-feira (17) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A diferença entre as duas taxas chegou a 2,9 pontos percentuais, após atingir 1,9 ponto em 2014, o menor valor da série, que começa em 1985. O aumento reverte a tendência de redução das distâncias entre os indicadores dos dois grupos que vinha sendo observada nos últimos anos. Em 2002, ela era de 7,2 pontos.
NA INFORMALIDADE - Variação entre 1º e 2º tri de cada ano, em %, em %
A diferença entre o rendimento das duas populações, por outro lado, diminuiu no período. A renda média real dos não negros encolheu 8%, ritmo mais intenso do que o observado entre os negros, de 2%. Assim, a remuneração média por hora dos negros passou a valer R$ 9,39, 67,7% daquela dos não negros. Em 2014, a relação era de 63,7%.
A maior desigualdade de rendimentos seguiu concentrada nos serviços, onde os negros recebiam 63,7% do que ganham os não negros. A menor diferença foi observada na construção civil (79,9%) e no comércio (76,9%). Na indústria, a relação manteve-se estável em 70,1% na passagem de 2014 para 2015. O estudo observa que a diferença é maior nos ramos em que há menor participação dos negros.
Na região metropolitana paulista, os negros representavam, em 2015, 39,6% da população em idade ativa (PIA) e uma proporção ligeiramente maior na composição da população economicamente ativa (PEA), 40,8%. Já a parcela de desempregados negros era de 46,3%, caracterizando, segundo o levantamento, "uma sobrerrepresentação no total de desempregados, situação que se acentuou no ano em análise".
Entre 2014 e 2015, o desemprego cresceu em todos os segmentos de sexo e raça/cor, mas mais fortemente entre as mulheres negras, de 13,3% para 16,3%. Os jovens também foram bastante afetados, com alta de 5,8 pontos porcentuais para negros (29,8%) e de 4,6 pontos para os não negros (26,6%).
CONSTRUÇÃO - Número de trabalhadores, em milhões
O texto avalia que o ritmo de redução das desigualdades entre negros e não negros na região, ajudada em anos anteriores pelo ciclo de crescimento da economia, ainda é lento se comparado à rápida resposta negativa do mercado de trabalho em momentos de crise.
"Apenas com longos períodos de crescimento econômico em conjunto com ações de políticas afirmativas, especialmente as voltadas à educação, é possível diminuir as desigualdades no mercado de trabalho e melhorar as oportunidades de inserção para a população negra".
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 24/05/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | -0,33% | 124.306 | (17h33) |
Dolar Com. | +0,29% | R$ 5,1679 | (17h00) |
Euro | +0,35% | R$ 5,5902 | (17h31) |