'Prévia da inflação' avança 0,19% em dezembro e encerra ano em 6,58%
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,19% em dezembro, comparado com avanço de 0,26% no mês anterior, informou o IBGE nesta quarta-feira (21).
Foi o menor patamar para meses de dezembro desde 1998, quando o avanço foi de 0,13%. No mesmo mês de 2015, a taxa tinha sido de 1,18%. Com a alta, o IPCA-15 encerrou o ano em 6,58%, nível mais baixo desde 2014 (6,46%) e após fechar 2015 com alta de 10,71%.
O resultado veio abaixo do centro de expectativa dos economistas consultados pela agência internacional Bloomberg, que esperavam avanço de 0,29% em dezembro e de 6,69% no ano.
Inflação - Índice de variação de preços medido pelo IPCA-15, em %
De modo geral, os agentes econômicos acreditam que o BC cortará a Selic em 0,5 ponto percentual em janeiro, acima dos cortes de 0,25 ponto cada feitos nos dois encontros anteriores do Copom (Comitê de Política Monetária).
"O resultado é favorável para o BC acelerar o passo, mas ainda acho que em janeiro o corte (da Selic) será de 0,50 ponto percentual porque na comunicação (do BC) não há sinalização de aumento de ritmo tão significativo", disse a economista da consultoria Tendências Alessandra Ribeiro.
"Mas esse sinal pode ser dado mais para a frente, e uma redução de 0,75 ponto pode vir na segunda reunião", acrescentou, referindo-se ao encontro de fevereiro do Copom.
O BC já defendeu que a evolução favorável da inflação, a aprovação inicial de medidas fiscais e o ritmo fraco da economia justificariam o movimento de maior corte de juros.
QUEDA
A principal influência para a queda do IPCA-15 em dezembro veio de energia elétrica, que recuou 1,93%. O motivo foi a mudança da bandeira tarifária de amarela para verde, que não impõe custo adicional ao consumidor. Quedas nas tarifas de concessionárias de Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ) e Goiânia (GO) também pressionaram em baixa o item.
Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, três caíram no mês: artigos de residência (-0,52%), habitação (-0,28%) e alimentação e Bebidas (-0,18%).
Em alimentação e bebidas, a maior queda foi registrada pelo feijão-carioca, que recuou 17,24%. Também caíram batata-inglesa (-15,78%), do tomate (-10,58%) e do leite longa vida (-5,40%).
Ainda assim, alguns itens subiram no mês, como cebola (6,50%), a farinha de mandioca (3,52%), frango inteiro (1,62%) e óleo de soja (2,55%).
No ano, o grupo alimentação e bebidas acumulou alta de 9,15%, atrás apenas do avanço de 11,16% nos preços de saúde e cuidados pessoais.
Inflação por grupos - Variação em % segundo o IPCA-15
A inflação de serviços, que vem sendo acompanhada de perto pelo BC para condução da política monetária, terminou dezembro com alta de 0,60%, fechando o ano com avanço acumulado de 6,61%, contra 8,28% em 2015, nas contas da consultoria Tendências.
No ano passado, a inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA, ficou muito acima do teto do meta ao fechar 2015 a 10,67%. Para este ano, entretanto, economistas já veem a inflação dentro do objetivo. A mediana das projeções na pesquisa Focus, em que o BC ouve semanalmente uma centena de economistas, aponta alta de 6,49% para o IPCA este ano.
Para 2017, o centro da meta continua sendo de 4,5% pelo IPCA, porém com margem de 1,5 ponto, e o Focus indica expectativas de alta da inflação de 4,90%.
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