Associação pede investigação de Google e Facebook por notícias falsas
Kimihiro Hoshino/AFP | ||
Pessoas são vistas na empresa Google, durante conferência anual da empresa |
A entidade que reúne jornais e revistas do Reino Unido, News Media Association (NMA), defendeu nesta quinta (9) uma "investigação urgente" do duopólio de Google e Facebook na publicidade digital, por estimular a disseminação de notícias falsas, "fake news".
"Os veículos noticiosos são, de longe, os maiores investidores em conteúdo original de informação, representando 58% do total no Reino Unido", afirmou Ashley Highfield, presidente da NMA e do grupo de mídia que publica, entre outros, o jornal "The Scotsman".
"Mas a cadeia logística digital premia os distribuidores de conteúdo, não os produtores. O governo e as agências reguladoras britânicas não podem ignorar eternamente o impacto do duopólio Google-Facebook no nosso ambiente de mídia."
As duas empresas de tecnologia, que já controlam mais de metade da publicidade digital no Reino Unido, premiam o tráfego gerado por seus usuários —o que estimulou o surgimento de páginas voltadas para notícias inventadas e sensacionalistas, que dão maior audiência.
"O sistema funciona muito bem para os operadores de notícias falsas e muito mal para os veículos de notícias verdadeiras", diz Highfield. Cita como exemplo as "fazendas da Macedônia", sites de "fake news" de jovens macedônios que se celebrizaram na eleição americana.
A NMA solicitou à agência que regula concorrência e mercados no Reino Unido, CMA, equivalente ao brasileiro Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), uma investigação não só de Google e Facebook, mas de toda a "cadeia de publicidade digital".
De maneira geral, afirma a entidade, "o crescimento da publicidade programática", realizada automaticamente pelas empresas de tecnologia e outras, "resultou numa falta crônica de transparência, deixando os anunciantes, inclusive o governo, sem saber se seus anúncios aparecem em sites de notícias falsas ou coisa pior".
O texto se refere a uma reportagem do jornal londrino "The Times", que registrou publicidade de grandes anunciantes em sites e páginas de grupos terroristas.
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