Fundo Brasil-China pode financiar até 100% de projetos nacionais
Kim Kyung-Hoon/Reuters | ||
Cédulas de yuan, a moeda chinesa, são contadas em banco de Pequim |
Foi lançado nesta segunda (25), em Brasília, um fundo de investimentos com recursos de China e Brasil. Voltado exclusivamente para projetos em território brasileiro, o fundo tem inicialmente US$ 20 bilhões para aplicar em projetos de infraestrutura, manufatura, tecnologia e agronegócio.
Segundo o secretário de assuntos internacionais do Ministério do Planejamento, Jorge Arbache, o valor é inicial e há disposição dos chineses em ampliar a oferta de recursos caso haja demanda.
Os recursos chegam em um momento em que os bancos estatais brasileiros estão enxugando financiamentos, em razão da restrição orçamentária do governo federal, e os bancos privados ainda mantêm o crédito contraído.
O fundo é abastecido com 75% dos recursos vindos do Claifund chinês, destinado a projetos de cooperação na América Latina e cuja origem são as reservas internacionais da China.
Os 25% restantes serão aportados por instituições financeiras brasileiras, preferencialmente BNDES e Caixa. Mas, segundo Arbache, bancos privados brasileiros também podem participar do financiamento a projetos.
O diferencial do fundo é a gestão compartilhada entre China e Brasil, que terá como objetivo elencar projetos prioritários de interesse dos dois países no Brasil.
Além disso, segundo Arbache, o fundo poderá financiar até 100% do projeto ou ainda aceitar sociedade no empreendimento. As taxas de juros, afirmou o secretário, serão fixadas de acordo com a viabilidade e com o retorno de cada projeto e não haverá subsídio por parte do governo brasileiro.
Apesar da crise política e da economia ainda em ritmo lento, a expectativa do governo brasileiro é que muitos interessados apresentem projetos nos próximos dias.
Arbache afirmou que 35 grandes empresas chinesas demonstraram interesse em apresentar propostas de investimento para o fundo, que também poderá apoiar a compra de ativos no Brasil.
Os preços dos ativos brasileiros, em desvalorização com a situação política e econômica do país, podem ser um atrativo adicional para investidores externos.
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