Aumento de tributo deve impulsionar vendas de etanol
Joel Silva - 9.mai.2017/Folhapress | ||
Colheita de cana-de-açúcar no interior de São Paulo |
O aumento de tributo sobre os combustíveis que vai entrar em vigor nesta sexta (21) deve contribuir para elevar as vendas de etanol. O decreto do governo impôs uma alíquota maior sobre a gasolina do que a cobrada no etanol.
O presidente da União dos Produtores de Bioenergia (Udop), Celso Junqueira Franco, diz que a diferença entre a alíquota de PIS/Cofins da gasolina e do etanol passou de R$ 0,26 centavos para R$ 0,46. Ou seja, o derivado de petróleo passa a ter imposto R$ 0,20 maior e deve custar mais para o consumidor nos postos.
"É algo extremamente importante. Embora o governo tenha feito para arrecadar mais, precisamos reconhecer que ele aproveitou o momento e retomou parte do 'delta' entre o combustível renovável e o fóssil", disse Franco, que prevê crescimento nas vendas de álcool.
O sócio-diretor da JOB Economia e Planejamento, Julio Maria Borges, disse que a elevação do PIS/Cofins incidente sobre a gasolina não retira o "benefício" da queda nas cotações do combustível fóssil para o consumidor e ainda pode ser considerada "protetora" para o setor de etanol.
"Para o setor (de etanol) é bem-vindo, é uma medida protetora, em linha com uma política ambiental sadia. Acredito que a competitividade do álcool com a gasolina, que estava sendo dificultada, tem condições de se recuperar, aumentando as vendas de etanol", destacou.
Neste ano, o etanol tem encontrado mais dificuldade de competir com a gasolina, mesmo em pleno pico da safra de cana, porque a nova política de preços da Petrobras tem seguido a queda das cotações internacionais do petróleo.
O governo elevou a alíquota de PIS/Cofins incidente sobre o litro de gasolina de R$ 0,38 para R$ 0,79 por litro. No caso do etanol produtor, passou de R$ 0,12 para R$ 0,13, enquanto no etanol distribuidor, de zero para quase R$ 0,20.
"Sob o aspecto macroeconômico, é uma saída que o governo tem para resolver o deficit de caixa dele. O benefício que a população tem tido com a queda da gasolina será compensado, reduzido, mas não anulado", afirmou ele.
Tanto Franco quanto Borges concordam que a medida desta quinta-feira ainda é insuficiente para a retomada de investimentos no setor sucroenergético, altamente endividado.
"Ainda faltam preços (remuneradores) para o etanol", disse o sócio-diretor da JOB Economia.
"Os custos no setor ainda estão altos", acrescentou o presidente da Udop.
Procurada, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), principal associação de usinas do país, afirmou que não iria se manifestar sobre o assunto por enquanto.
Já o Sindicom, que representa os distribuidores de combustíveis, afirmou que não comentaria o assunto e o impacto da medida para o preço na bomba.
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