Oi registra primeiro resultado positivo desde 2015
Divulgação/Flickr | ||
Presidente da Oi, Marcos Schroeder |
A Oi ganhará com uma injeção de capital de terceiros, mas a companhia deveria se focar em negociações entre credores e acionistas antes de se engajar com outros investidores estratégicos, disse nesta segunda-feira (13) o presidente-executivo da empresa em recuperação judicial.
Em entrevista sobre os resultados da empresa no terceiro trimestre, o presidente-executivo Marco Schroeder afirmou que considera "extremamente importante" que a assembleia de credores da operadora tenha sido adiada da sexta-feira (10) passada para 7 de dezembro, uma vez que credores e acionistas ainda não chegaram a um entendimento.
A operadora entrou com pedido de recuperação judicial em junho do ano passado, sob peso de cerca de R$ 65 bilhões em dívidas.
A Oi divulgou lucro líquido de R$ 8 milhões entre julho e setembro, ante prejuízo líquido de R$ 1,214 bilhão sofrido um ano antes, apoiada em efeitos cambiais sobre a dívida em moeda estrangeira.
Vários grupos sem participação significativa na operadora propuseram injeção de recursos na Oi em troca de ações da empresa, incluindo TPG Capital Management e a estatal chinesa China Telecom.
"Não é um bom momento para ter esta conversa", disse Schroeder. "Temos que superar a questão da recuperação judicial antes de nos engajar realmente com estes grupos", afirmou Schroeder.
"Foi extremamente importante marcar a assembleia de credores para 7 de dezembro, mesmo se não for conclusiva. As pessoas começam a discutir, começam a organizar as ideias."
Se os credores votarem contra o plano de recuperação a ser apresentado na assembleia, a Oi corre o risco de ter falência decretada. Entretanto, disse Schroeder, essa possibilidade é "praticamente inexistente" uma vez que os detentores de bônus da empresa perderiam quase todo o investimento neste cenário.
RESULTADO
O lucro da Oi no terceiro trimestre foi o primeiro resultado positivo da companhia desde 2015. Durante o trimestre, a Oi continuou com estratégia de cortes de custos. As despesas operacionais caíram 7,2% sobre o mesmo período do ano passado, para R$ 4,321 bilhões, e o investimento nas instalações da empresa recuou R$ 1,5 bilhão.
Apesar disso, o Ebitda, que reflete a capacidade de geração de caixa da empresa, caiu 2,4%, para R$ 1,6 bilhão.
A Oi teve queda de 7,3% nas unidades geradoras de receita, pressionadas por recuo de 10% em serviços de telefonia móvel.
A dívida líquida ao final de setembro somou R$ 44,1 bilhões, ante R$ 44,5 bilhões ao fim de junho. O caixa ficou em R$ 7,73 bilhões, alta de 8% no ano e de 4% na comparação trimestral.
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