Pecuarista usa mandioca para recuperar pastagens degradadas
Gabriel Cabral/Folhapress | ||
Ricardo Borges Castro Cunha, proprietário da Fazenda Uberaba, que aplica o método ILPF |
O pecuarista Ricardo Cunha, 74, apostou na plantação de mandioca para recuperar as pastagens degradadas da fazenda de gado nelore que mantém em Alto Paraíso, no oeste paranaense.
Ao crescer, a planta faz sombra no solo e mata uma grama invasora que ocupa os pastos e tem baixo valor nutricional para o rebanho.
"É a maneira mais econômica de erradicar a grama e também uma excelente fonte de renda", diz o produtor.
Feito por arrendamento, o plantio de mandioca rende a Cunha R$ 5.000 por hectare, em média, ao fim do ciclo de um ano e meio.
O Paraná é o segundo maior produtor de mandioca do país, atrás do Pará. Na safra de 2017, já produziu 15% do total de 20,6 milhões de toneladas, no cálculo do IBGE.
Plantada em linha com os eucaliptos, a mandioca colhida deixa como herança um excedente de fertilizantes ideal para plantio do capim e formação da nova pastagem.
O pasto cresce com as árvores e, quando o gado entra em cena, depois da mandioca, já encontra sombra. "Os eucaliptos oferecem conforto térmico e protegem os animais do vento frio –e bois que pastam na sombra o dia inteiro engordam mais", diz.
O bom resultado da integração lavoura-pecuária-floresta elevou a qualidade da carne do rebanho, vendida, segundo ele, por preço um pouco acima do mercado e exportada para a Europa.
Os eucaliptos serão vendidos para a indústria moveleira. "As árvores são minha poupança verde para o futuro", afirma.
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