Comandante militar do Egito promete reforma no Exército
O mais graduado comandante militar do Egito prometeu melhor treinamento e armamento mais moderno para o Exército, em um aparente esforço para satisfazer os pedidos de oficiais do país por mudanças. O general Abdel Fattah al-Sisi, que também é o ministro da Defesa, foi nomeado chefe das Forças Armadas pelo presidente islâmico Mohamed Mursi no mês passado.
Dirigindo-se às tropas na semana passada, durante o primeiro de uma série de exercícios militares que celebram os 39 anos da guerra com Israel, Sisi tentou garantir aos militares que a mudança está a caminho, apesar do fato de o exercício militar ter sido realizado com armas antigas, como o lançador de foguetes soviético BM-21, que vem sendo usado há 40 anos.
"Vamos elaborar um programa abrangente que desenvolva treinamento real para todas as forças militares, para maximizar o desempenho individual de oficiais e soldados" disse, de acordo com uma gravação ao vivo do seu discurso, obtida pela agência de notícias Reuters.
O Egito recebe 1,3 bilhões de dólares por ano de ajuda militar dos Estados Unidos, mas as autoridades dizem que o valor não é suficiente para que o país se mantenha no mesmo nível de rivais como Israel e Arábia Saudita. As autoridades disseram que o dinheiro dos EUA beneficia os fabricantes de armas americanos, já que força o Egito a comprar armamento desatualizado.
PRESSÃO SOBRE O SINAI
Os comentários de Sisi pareciam ser destinados aos oficiais do Exército que já disseram ver a revolução no Egito --que derrubou o ditador Hosni Mubarak no ano passado-- como uma chance de melhora nos salários, condições de trabalho e treinamento.
Sisi também está sendo pressionado a aumentar a segurança na península do Sinai, uma área deserta que faz fronteira com Israel, e a reprimir duramente os militantes islâmicos que operam por lá. Israel, que vem pressionando os novos líderes egípcios a lidarem com o problema do Sinai, está desconfortável com o fato do país estar sendo governado por islamistas.
As Forças Armadas de Israel costumavam ocupar a Península do Sinai, cenário de vários conflitos com Cairo. No entanto, o país se retirou de lá em 1982.
Um comandante observou que Sisi "havia introduzido uma nova abordagem" para a comunicação entre os oficiais e seus superiores. Militares disseram que sua promoção ao mais alto papel militar do país incomodou muitos outros comandantes que tinham uma carreira mais longa e experiente do que a dele.
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