Análise: Sucessor escolhido por Chávez também tem lado incendiário
O escolhido por Hugo Chávez para tornar-se seu sucessor também tem um lado "incendiário". Como lembrou o diário britânico "The Guardian", o então chanceler Nicolás Maduro, numa reunião regional em 2007, chamou Condoleezza Rice, na época secretária de Estado dos Estados Unidos, de hipócrita.
Não só isso. Disse que em Guantánamo, onde os EUA mantêm presos e julgam militarmente acusados de terrorismo, são cometidas atrocidades que equivalem às "dos tempos de Hitler".
"El Valle", subúrbio operário de Caracas, foi onde Maduro começou sua carreira política.
Um ex-colega dele se lembra de seus discursos "inspirados". Ele não terminou a faculdade. Filiou-se à Liga Socialista na Venezuela, seguindo os passos do pai, e trabalhou como motorista de ônibus para a frota ligada ao Metrô de Caracas, período durante o qual fundou o primeiro sindicato "informal" da companhia.
Acabou sendo deputado constituinte e depois ministro. De Chávez herdou a retórica inflamada.
Desde a doença do presidente, teria havido contatos de Maduro com gente do Departamento de Estado americano, segundo fontes com base em Miami e bom relacionamento com a diplomacia latino-americana dos EUA.
Sem que fossem lembrados, no entanto, o que foi dito sobre Guantánamo e o tratamento dado a Rice.
NEWTON CARLOS é analista de temas internacionais
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