Análise: País é acusado de jogo duplo no enfrentamento do terrorismo
O ataque ao campo de exploração de gás na Argélia expõe a complexidade da inquietação no Sahel, a região que fica logo abaixo do deserto do Saara.
A Argélia, potência econômica e militar da região, onde um regime militar se mantém firme a despeito da Primavera Árabe, vem sendo um dos maiores oponentes de uma intervenção armada estrangeira no Mali, preferindo negociações.
Até agora, o governo argelino vinha se apegando firmemente à sua política de não intervenção em países vizinhos. Mas abriu seu espaço aéreo à força aérea francesa, um evento histórico, e prometeu proteger sua vasta fronteira desértica com o Mali.
Ainda que esteja aliada à França e aos EUA no combate ao terrorismo há anos, a Argélia vem sendo acusada há algum tempo de fazer jogo duplo na região, onde grupos islâmicos vêm florescendo desde a sangrenta guerra de independência do país, nos anos 60.
Já o Mali tem pouca importância no contexto dos interesses econômicos franceses na África Ocidental, mas os vizinhos são outro assunto.
O urânio do Níger atende a um terço das necessidades das usinas nucleares francesas, que geram a maior parte da eletricidade do país.
A própria Argélia é grande exportadora de petróleo e gás natural para a Europa.
A tomada de reféns no campo de gás natural demonstra os interesses mundiais mais amplos que agora podem se envolver na tensa situação.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis