China vai lançar plano para acabar com corrupção no governo
O Partido Comunista chinês vai lançar até junho um novo plano de combate a corrupção no país, que inclui a divulgação da riqueza pessoal de executivos e de membros da alta cúpula do partido, revelou em nota a comissão de disciplina do partido.
Em nota divulgada nesta quinta-feira pela agência de notícias Xinhua, o governo diz que a nova lei promete atacar a corrupção especialmente nos setores como telecomunicações, saúde, educação e da área financeira.
Segundo o governo, as autarquias e empresas públicas deverão aceitar a investigação pública e da imprensa, e quando a justiça determinar, deverão disponibilizar seus dados pessoais para investigação.
Em discurso na quarta (23), o secretário-geral do PC, Xi Jinping, pediu um mecanismo de garantia preventivo e disciplinar para impedir os funcionários de cair em práticas corruptas.
"O poder deve ser restrito por uma cadeia de regulamentações. O poder dos funcionários será controlado, assim como o de um sistema regulatório", afirmou, prometendo novamente pôr a corrupção como prioridade em seu mandato como presidente, que começará em março.
Uma recente pesquisa do instituto americano Pew Research Center apontou que a corrupção está entre os três itens que mais preocupam a população chinesa com 50%, os outros são a inflação e a desigualdade.
ESCÂNDALOS
No ano passado, uma série de escândalos de corrupção afetou o Partido Comunista, no mesmo ano em que foram escolhidos os membros do alto escalão do partido, incluindo o secretário-geral Xi Jinping.
Em março, foi revelado o envolvimento do ex-dirigente da cidade de Chongqing, Bo Xilai, na morte do empresário britânico Neil Heywood, em novembro. Sua mulher, Gu Kailai, foi considerada culpada pelo assassinato.
Ele foi expulso do partido e é processado pela Justiça comum por abuso de poder por ter encoberto o crime. Além de Bo Xilai, Ling Jihua, que era cotado para o Politburo, foi expulso após seu filho morrer em um acidente com uma Ferrari.
O caso mostrou a ostentação do integrante do partido, decisiva para sua saída. A suspeita de enriquecimento ilícito afetou também a família do atual primeiro-ministro, Wen Jiabao.
Em setembro, o jornal "New York Times" informou que a família do chefe de governo acumulou US$ 2,7 bilhões em "riquezas ocultas", notícia que o regime chinês qualificou de caluniosa.
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