Há generalizada percepção de que o pior já passou, diz Dilma sobre crise
Em balanço sobre encontro com a cúpula da União Europeia nesta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff afirmou que há uma "generalizada percepção" de que "a pior parte" da crise econômica internacional ficou para trás e defendeu que as recentes políticas de estímulo à competitividade servem de modelo para o desenvolvimento econômico do país frente às instabilidades.
"O fato é que nós pudemos ouvir hoje entre nós uma avaliação melhor do que naquele momento, tanto do ponto de vista das perspectivas das economia americana e também a própria evolução da situação econômica da União Europeia. Há uma generalizada percepção de que a pior parte ficou para trás", disse a presidente.
Dilma se reuniu no Palácio do Planalto com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, para discutir, entre outros assuntos, o cenário econômico internacional e parcerias na área de ciência e tecnologia.
O programa Ciência sem Fronteiras, afirmado novamente por ela decisivo para a competitividade brasileira, foi a vitrine do governo durante a reunião. Dilma assinou com a delegação europeia um acordo de cooperação criando 100 bolsas de estudo, dentro do Ciência Sem Fronteiras, para alunos de doutorado e pós-doutorado no centro de pesquisa integrada da União Europeia.
"Queremos a busca da competitividade, seja através da redução do custo de capital, do custo de trabalho através da desoneração da folha de pagamento. Explicamos as consequências da desoneração da da folha de pagamento, a redução do custo da energia. Focamos todas as questões consideradas importantes para o aumento da competitividade --em especial a questão da educação, da ciência e tecnologia e da inovação", disse.
MERCOSUL
A comitiva europeia desembarcará no fim da semana no Chile para a reunião da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos. Em encontro com a União Europeia, o bloco discutirá sobre o tratado de associação entre Mercosul e União Europeia, emperrado há mais de uma década.
Segundo Dilma, o encontro de Santiago será oportuno para estabelecer "reequilíbrio das assemetrias" regionais e conseguir "um avanço nas nossas ofertas para conseguir chegar a um acordo bom para ambas as partes".
Para Durão Barroso e Van Rompuy, a chamada "cumplicidade estratégica" do Brasil com a União Europeia será decisiva para avanços nas conversas entre os dois blocos. A reunião desta quinta serviou para, segundo o presidente do bloco, observar "até que ponto Brasil e União Europeia dão prioridade para este acordo".
Nas palavras de Van Rompuy, Dilma representa "um papel crucial", de liderança, para a comunidade da América Latina. "Vamos continuar dialogando de forma mais ampla e complexa" no encontro no Chile, disse. "Os olhos de todo o mundo estarão cada vez mais no Brasil nos próximos meses com a realização da Copa do Mundo."
CEM BOLSAS
Dilma assinou um acordo de cooperação criando 100 bolsas de estudo, dentro do Ciência Sem Fronteiras, para alunos de doutorado e pós-doutorado no centro de pesquisa integrada da União Europeia.
O acordo foi elaborado em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia. São oito unidades em cinco países diferentes (Itália, Bélgica, Espanha, Alemanha e Holanda). A prioridade são bolsas para áreas de prevenção de desastres naturais, mudanças climáticas, energia, segurança alimentar, bioeconomia, nanotecnologia e tecnologia da informação.
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