Operação do Exército colombiano mata 6 guerrilheiros das Farc
Seis integrantes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) morreram nesta segunda-feira (4) em uma ofensiva do Exército colombiano contra essa guerrilha no departamento de Arauca, fronteiriço com a Venezuela, informou o presidente do país, Juan Manuel Santos.
"A informação que recebemos de Arauca, através do senhor comandante geral das Forças Militares, o general Navas, é que já foram abatidos nesse combate seis delinquentes", disse Santos ao término de um conselho de segurança em Ibagué, capital do departamento do Tolima.
Essa ofensiva militar se soma aos sequestros e aos ataques perpetrados pelas Farc em pleno diálogo de paz com o governo, que acontece em Cuba.
Santos explicou que "durante o dia de hoje houve combates contra todos os grupos ilegais" e que os enfrentamentos em Arauca "continuam".
O ministro da defesa colombiano, Juan Carlos Pinzón, que acompanhou Santos no conselho de segurança em Ibagué (200 km a oeste de Bogotá), assinalou a jornalistas que na região dos combates há helicópteros do Exército e outras "unidades" da Força Aérea Colombiana (FAC) em apoio aos homens em terra.
Por outro lado, o site do jornal "El Tiempo", de Bogotá, deu conta de um ataque perpetrado por homens vestidos de militares contra a estação policial de Nátaga, no departamento de Huila, que teve o saldo de um agente morto e outro ferido.
ALEMÃES CAPTURADOS
Mais cedo, a guerrilha do ELN (Exército de Libertação Nacional), segunda maior do país, assegurou em um comunicado que mantém em seu poder dois alemães que considera "agentes de inteligência".
"Unidades do ELN capturaram na região de Catatumbo (nordeste da Colômbia, perto da fronteira com a Venezuela) os senhores Breur Uwe e Breuer Günther Otto, de suposta nacionalidade alemã", indicou o texto na página eln-voces.com.
Pouco depois da publicação, o presidente Juan Manuel Santos exigiu que a guerrilha liberte os dois alemães.
"Que os libertem porque somente eles, o ELN, serão responsáveis ante o mundo pela vida destes dois alemães", disse o mandatário em Ibagué.
Um porta-voz da embaixada da Alemanha em Bogotá explicou à agência AFP que, "por enquanto, a embaixada evita fazer comentários em respeito às vítimas e as suas famílias".
O grupo rebelde indicou no comunicado que considera estas pessoas "agentes de inteligência" devido ao fato de "nas semanas que estão detidas, não terem conseguido justificar sua presença naquele território".
O grupo guerrilheiro não indicou em que dia o sequestro foi praticado.
O ELN, que conta com cerca de 2.500 guerrilheiros, reivindicou há duas semanas o sequestro de seis funcionários de uma empresa de mineração, dos quais dois são peruanos e um é canadense.
O presidente colombiano também ofereceu a mediação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para esta libertação e assegurou que não "quis fazer uma operação militar para não colocar em risco a vida desses sequestrados", apesar de as autoridades já saberem a sua localização.
No final de 2012, esta guerrilha propôs se juntar ao processo de paz que o governo de Juan Manuel Santos realiza com as Farc.
Na ocasião, o presidente colombiano pediu que o ELN desse gestos claros de sua vontade de paz antes de iniciar uma aproximação.
Nesta mesma segunda, o comando do ELN reafirmou "o seu compromisso com uma saída política para o conflito e sua disposição em trabalhar por ela, entendida como um caminho que se constrói em conjunto com a sociedade", segundo outro comunicado divulgado em seu site.
As Farc e o ELN estão ativos na Colômbia desde 1964 e 1965, respectivamente.
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