Inteligência indiana já tinha alertado sobre atentados, diz ministro
A agência de inteligência da Índia já tinha emitido alertas de ameaças à segurança dias antes do atentado a bombas na cidade de Hyderabad, disse nesta sexta-feira o Ministro do Interior do país.
Ainda segundo ele, o número de mortos foi atualizado para 16 pessoas.
Quatro pessoas ainda estão em estado crítico depois da explosão quase simultânea de duas bombas plantadas em bicicletas na última quinta-feira, disse o ministro Sushil Kumar Shinde ao parlamento, depois de visitar o local do atentado e um hospital, onde 117 feridos recebem tratamento.
Ainda não há informações sobre a autoria da explosão, mas a principal suspeita é em relação a militantes radicais da Caxemira. Há duas semanas, a Índia executou por enforcamento o militante da região Mohammed Afzal Guru, envolvido em uma revolta popular em 2001.
Hyderabad é um dos maiores centros de tecnologia da informação da Índia, que tem empresas como Microsoft e Google, ficando atrás apenas de Bangalore.
O último grande atentado terrorista na Índia ocorreu em setembro de 2011, em que 13 pessoas morreram ao explodir uma bomba em um tribunal de Nova Déli.
Meses antes, três explosões duplas atingiram o distrito financeiro de Mumbai e deixaram mais de 20 mortos e cem feridos. Ambas as ações foram atribuídas a radicais islâmicos.
REAÇÕES
Shinde enfrentou revolta de políticos de oposição, que questionaram se o governo tinha feio o suficiente para prevenir o ataque uma vez que ficou ciente dos ataques.
De acordo com a polícia, duas das três câmeras de segurança do mercado onde ocorreu o incidente não estavam funcionando no momento da explosão.
O Paquistão também condenou o ataque. O país é frequentemente acusado pela Índia por ataques de militantes.
"Como um país também vítima de terrorismo, o Paquistão entende completamente e compartilha a dor e agonia da população da Índia", disse em comunicado o ministro das Relações Exteriores do Paquistão.
Policiais foram enviados para Hyderabad para conter a violência entre hindus e muçulmanos na cidade onde houve tensão recentemente entre as duas comunidades.
O partindo nacionalista hindu Bharatiya Janata Party (BJP), clamou por uma greve na cidade nesta sexta-feira, em protesto contra os ataques.
Shinde disse que o governo alertou os estados sobre ameaças não específicas, já que nenhum alvo foi identificado.
"Um alerta geral foi dado nos últimos dois a três dias ao país todo. E isso é tudo", disse Shinde a repórteres.
A eficiência do governo em prevenir incidentes como este é uma questão política fundamental na Índia, de modo que o partido do primeiro ministro frequentemente recebe acusações do BJP de não ser forte na questão de segurança.
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